A desnecessidade do Lula
(* Frutuoso Oliveira………….)
(POR FAVOR, SEM COMENTÁRIOS IDIOTAS. ESTE É UM TEXTO SOBRE MARKETING POLÍTICO).
Como eu queria ter a chance de dar um conselho para a esquerda brasileira que quer voltar ao poder. Um conselho simples: tirem o ex-presidente Lula da vitrine.
E olha que aqui escreve alguém que acha o Lula o melhor presidente da minha geração.
O Lula está atrapalhando a construção de uma narrativa que faça frente ao presidente Jair Bolsonaro, em suas maluquices.
No mesmo dia que o Messias vai a público dizer que quem é de direita toma cloroquina e quem é de esquerda toma tubaína, ironizando os milhares de mortos pela covid19, Lula também sai do isolamento para falar bobagens.
Ao defender maior participação do Estado na economia, com o que eu concordo, ele diz uma frase tosca, sem nada de empatia ou respeito com aqueles que estão sofrendo.
“Ainda bem que a natureza, contra a vontade da humanidade, criou esse monstro chamado coronavírus”. Porque esse monstro está permitindo que os cegos comecem a enxergar que apenas o Estado é capaz de dar solução a determinadas crises”, disse Lula à revista Carta Capital.
Foi desnecessário. Teria muitas formas de se contrapor a tese do estado mínimo sem falar uma asneira dessas.
Municiou o gado, dos dois lados, e esqueceu do eleitor medio.
Mas alguém vai dizer: a revista Carta Capital é direcionada à esquerda.
Eu digo: nada no mundo da comunicação instantânea é direcionada à esquerda ou à direita.
Lembram do Caco Antibes, o personagem de Miguel Falabela em “Sai de Baixo”,como ele falava com a Magda, personagem de Mariza Hort: cala a boca, Magda.
Alguém precisa dizer: cala a boca, Lula.
A esquerda brasileira tem excelentes quadros para colocar na vitrine e dar uma opção de mudança ao eleitorado em 2022.
E não falo de Ciro Gomes. Outro doido.
Falo de políticos como Flávio Dino, que governa o Maranhão, e do próprio Hadad, que perdeu para Bolsonaro, e tantos outros.
Mas isso não acontece. A esquerda e o PT insistem na figura do ex-presidente Lula.
Parece que a esquerda brasileira é uma capitania hereditária do lulismo.
Quando seu nome vem a público, o eleitor médio brasileiro, que já votou nele, esquece a história que ele tirou milhões da pobreza, que ele entregou o Brasil com a economia de vento em popa e por isso estava com 80% de aprovação.
O eleitor vê apenas Lula ladrão. A narrativa foi perdida para a Lava-jato.
Ele não quer saber se seus processos foram julgadas de forma injusta pelo Moro ou se até agora não foram encontradas suas digitais no caso do triplex ou do sítio de Atibaia.
Lula é ladrão. Isso é o que está na cabeça do eleitor medio. Foi por causa disso que esse mesmo eleitor votou no maluco do Bolsonaro.
Lula é muito bom para discursar para a campanheirada numa reunião do PT ou do sindicato.
Mas para o grande público, mais atrapalha do que ajuda.
Se a esquerda quer apresentar uma alternativa ao que está posto para 2022, precisa pedir para o Lula ficar em casa. (*Frutuoso Oliveira é jornalista).