A posição da Associação de Oficiais Militares de Santa Catarina (ACORS) sobre o pedido de exoneração do secretário da Saúde
“Acostumados a atuar de forma séria e organizada, nós, Militares Estaduais, nos deparamos nos últimos dias com reportagens que questionam “compras irregulares”, “problemas de comunicação”, “falta de apoio político”, “falta de diálogo com outros poderes”, relacionadas ao Governo do Estado.
Como Militares, em geral, não dedicamos o expediente à esfera política, onde não raro as práticas se diferem daquelas rigorosas da caserna. Até a eleição de um Coronel da Reserva para o Governo do Estado, o mais comum era interagir politicamente apenas na defesa de direitos e de mudanças legislativas relacionadas diretamente à Segurança Pública.
Com a eleição do Governador Moisés, no entanto, muitos Militares Estaduais, Oficiais e Praças, conquistaram funções de destaque no Executivo, não como um benefício, mas em reconhecimento ao poder de gestão que detemos, em situações regulares e em momentos de crise. Neste tempo, inúmeros atos do Governador impactaram a política e a estrutura administrativa catarinense. E assim como as ações do Governo dizem respeito ao povo catarinense, seus efeitos também devem ser cobrados por toda a sociedade.
Para nós, Militares Estaduais, assim como os parlamentares, comerciantes, servidores públicos, agricultores, autônomos, empresários, não é diferente. Também temos o dever de cobrar do Governo do Estado resultados efetivos no crescimento e fortalecimento de Santa Catarina. Mas a discussão “político-partidária”, em especial quando abrange “luta por poder”, não é parte da nossa luta associativa.
Cumprimos nosso mister de forma ética e organizada, não admitimos irregularidades nem desonra à nossa classe de Militares, mas também não compactuamos com condenações precipitadas. As últimas notícias mencionando aquisições superfaturadas de equipamentos por parte da Secretaria de Estado da Saúde, pasta ocupada pelo Coronel BM Helton de Souza Zeferino, devem ser apuradas com todo o rigor, porém, não devemos condenar ninguém até que os processos administrativo e judicial sejam concluídos.
Em sua gestão como Secretário, o Cel BM Helton trouxe melhorias financeiras, administrativas e operacionais à pasta da Saúde, e não seria correto condená-lo por antecipação, em especial quando seu pedido de exoneração do cargo de Secretário não impede que as investigações prossigam e esclareçam a verdade. A ACORS é e sempre será a favor da verdade, da ética e das boas práticas, e exerce seu ofício de defender os Oficiais associados, os Militares Estaduais e as Corporações em situações de vulnerabilidade, enquanto aguardamos que a verdade venha à tona.
A DIRETORIA DA ACORS”