Preocupante a situação de Beto Richa, do irmão Pepe, do Filho Marcelo de Rossoni
(Do Portal G1)
Trechos do interrogatório do dono da construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza, principal delator da Operação Quadro Negro, foram divulgados, com exclusividade, pelo Paraná TV 2ª Edição desta segunda-feira (14).
A investigação apura desvios de R$ 20 milhões da construção e reforma de escolas estaduais.
No depoimento, prestado na semana passada, o delator explicou como funcionava o esquema de desvios e revelou nomes de políticos que, segundo ele, se beneficiaram da fraude.
O processo, que tramita na Justiça Estadual, está na fase de novos interrogatórios de parte dos réus. A Justiça diz esperar agora mais um depoimento do ex-diretor da Secretaria Estadual de Educação do Paraná (Seed) Maurício Fanini, que está preso em Brasília.
No interrogatório, o dono da construtora reafirmou o que disse na delação que fez em Brasília e que foi homolagada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, relator da Quadro Negro na corte.
No depoimento, o delator contou que houve pagamento de propina para assessor do deputado federal Valdir Rossoni (PSDB), Gerson Nunes, relacionado a obras em Bituruna, no sudeste do Paraná.
O dono da construtora também afirmou que chegou a dar dinheiro, em 2014, para ajudar em campanhas futuras do ex-governador Beto Richa (PSDB), do irmão dele e ex-secretário de Infraestrutura e Logística, Pepe Richa, e do filho Marcello Richa.
No interrogatório, o delator revelou a participação do ex-diretor da Seed Maurício Fanini e de Luiz Abi, Ezequias Moreira e Ricardo Rached, pessoas ligadas ao ex-governador, na arrecadação de dinheiro para a campanha de reeleição de Richa.
Souza relatou também entregas de dinheiro pessoalmente ao presidente da Alep, Ademar Traiano (PSDB), dentro da assembleia e na casa do deputado. O dinheiro, segundo ele, era para ajudar na campanha eleitoral.
O dono da construtora Valor afirmou que pediu dinheiro extra ao deputado estadual Plauto Miró (DEM) para tocar obras de escolas. Segundo ele, o deputado cobrou pedágio de 10% para liberar o dinheiro do aditivo.
Souza também disse que repassou dinheiro das obras das escolas estaduais para o caixa dois da campanha do então candidato a deputado estadual Tiago Amaral (PSB), em 2014.
O pai dele, Durval Amaral, presidente do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), agradeceu pessoalmente a doação, segundo o delator.
Ainda de acordo com o dono da construtora, o então deputado federal Ricardo Barros (Progressistas) acertou mesada de R$ 15 mil para o cunhado Juliano Borghetti, em troca de cargo na vice-governadoria, que era ocupada pela mulher dele e irmã de Juliano, Cida Borghetti (Progressistas).