16 milhões de pessoas podem ficar em quarentena no norte da Itália por causa do coronavírus
A Itália vai deixar pelo menos 16 milhões de pessoas no norte do país em quarentena como uma forma de tentar conter a transmissão do coronavírus.
A decisão foi assinada neste domingo (8) pelo primeiro-ministro Giuseppe Conte.
Agora, qualquer pessoa que não more em Lombardia e nas outras 14 províncias precisa de uma autorização especial para viajar para a região, que inclui as cidades de Milão e Veneza.
As pessoas não têm autorização para entrar ou sair do norte caso não seja uma emergência, questões no trabalho ou motivos de saúde.
“Nós queremos garantir a saúde dos nossos cidadãos. Nós entendemos que essas medidas vão impor sacrifícios, as vezes pequenos e as vezes muito grandes”, disse o premiê, segundo a BBC.
Além da restrição, Conte também ordenou o fechamento de escolas, academias, museus, cinemas, teatros e baladas por todo o país. As medidas são as mais radicais tomadas por um país afetado do coronavírus depois da China.
A decisão foi tomada depois do aumento do número de casos no país nas últimas 24 horas, com 1.200 novos contágios. Agora, o número de infectados no país passa de 5,8 mil e 233 mortos.
O norte da Itália inclui as regiões de Lombardia, que tem cerca de 10 milhões de habitantes, Modena, Parma, Piacenza, Reggio Emilia, Rimini, Pesaro e Urbino, Alessandria, Asti, Novara, Verbano, Cusio Ossola, Vercelli, Padua, Treviso e Veneza.
O país já havia determinado antes a criação de “zonas vermelhas”, com quarentena total em que as pessoas são proibidas de circular, e “zonas amarelas”, em que a circulação é liberada, mas escolas e comércio ficam fechados.
Com a nova restrição, as aulas estão suspensas até abril. Cinemas, academias e outros estabelecimentos comerciais estão fechados até segunda ordem. Casamentos, funerais e comemorações religiosas e culturais também estão suspensas.
Os restaurantes podem funcionar entre as 6 horas da manhã até as 6 da tarde, mas clientes devem se sentar a 1 metro de distância.
As autoridades locais pedem para que as pessoas evitem sair de casa o máximo possível e quem quebrar a quarentena pode ser preso por até três meses. (R7).