Assembleia Legislativa de Santa Catarina emite ‘nota de repúdio’ contra o secretário Carlos Hoesler por ter barrado o deputado Valdir Cobalchini em audiência
Após a avalanche de críticas da grande maioria dos parlamentares presentes no plenário durante a sessão da tarde de quarta-feira (5) da Assembleia Legislativa, a direção da Casa divulgou “nota de repúdio” contra o secretário de Estado da Infraestrutura, Carlos Hoesler, pelo tratamento desrespeitoso dado ao deputado estadual Valdir Cobalchini, do MDB, barrado quando acompanhava o prefeito de Pinheiro Preto em audiência na Secretaria de Infraestrutura.
A nota afirma que o tratamento não ofende apenas ao parlamentar, mas a todos os representantes e a população catarinense. E enfatiza que o gesto “também feriu um dos pilares da democracia, que prevê a representatividade do cidadão por seus parlamentares.”
“Ninguém é obrigado a ser político ou técnico, mas todo homem que exerce uma função pública tem de ter um mínimo de respeito e de educação. Espero que [o governador] tome alguma atitude em relação a este ato, que não estamos acostumados a presenciar no estado”, afirmou o presidente da Assembleia, deputado Júlio Garcia (PSD).
O deputado Ivan Naatz (PL) também fez pesadas críticas. “Esse comportamento é recorrente. Faltam aulas de diplomacia para determinados integrantes deste governo que não gosta de governar, que não gosta da política e da democracia. Então sai e deixa para quem sabe e gosta. Pede pra sair governador”, ironizou Naatz, acrescentando ainda que” o governo vai tão bem que ninguém quer liderar a bancada governista na Assembleia.”
O parlamentar também criticou a curta mensagem, de apenas cinco minutos, do governador Carlos Moises na abertura oficial dos trabalhos legislativos na terça-feira última. “Existem coisas que são protocolares, diplomáticas e a mensagem é uma previsão constitucional. O governador precisa compreender que ele representa o estado, ele perdeu a oportunidade de mostrar dados. O que ele vai fazer em 2020, além de cerveja e tocar violão?”, criticou. (Cláudio Prisco Paraíso).