Zé Dirceu e Eduardo Cunha foram separados pelo Supremo Tribunal Federal

Integrantes de quadrilhas distintas, José Dirceu e Eduardo Cunha dividiram amistosamente a mesma cela numa cadeia do Paraná. Poderiam ter descoberto que nasceram um para o outro se o STF não resolvesse mostrar que, no Brasil, a segurança jurídica talvez seja mais frágil que a segurança pública.

Ao decidir que ninguém pode ser considerado culpado antes do trânsito em julgado da sentença condenatória, o Supremo Tribunal Federal abriu a porta da gaiola que abrigava Dirceu. Condenado em segunda instância, o reincidente sem cura está autorizado a seguir ampliando o prontuário.

Cunha não teve a mesma sorte. Condenado em primeira instância num dos processos que enfrenta, aguarda o desfecho desse e de outros casos em andamento trancafiado num presídio do Rio. Em regime de prisão preventiva, o ex-presidente da Câmara não exerce o direito de ir e vir desde 2016.

Sem chances de ter a condenação revogada, Dirceu deverá envelhecer em liberdade. Sem ter sido julgado por um colegiado, Cunha vai continuar na gaiola. Os dois merecem cadeia, mas só o que ainda espera a decisão em segunda instância às ruas permanece encarcerado. Os semideuses de toga só são clementes com bandidos de estimação. (Augusto Nunes/R7).

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