Deputados do PSL gastam verba do “cotão” com empresas “fantasmas”
O jornal O Estado de São Paulo de ontem, domingo (03) revelou que o deputado federal paranaense Felipe Francischini (PSL), e outros parlamentares do partido do presidente Jair Bolsonaro (PSL) gastaram parte da verba do chamado “cotão” a que têm direito para despesas do mandato com empresas suspeitas de serem “fantasmas”.
Segundo o levantamento, entre os meses de maio e outubro, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Felipe Francischin, contratou por R$ 45 mil a Look Estratégias e Marketing. No endereço dela há uma placa de aluga-se. Segundo os vizinhos, o último inquilino foi um consultório odontológico.
Além de Francischini, os deputados Fábio Schiochet (SC) e Nereu Crispim (RS) também compraram os serviços da mesma empresa por R$ 12,5 mil e R$ 4 mil, respectivamente.
Os deputados Felipe Francischini, Nereu Crispim e Fabio Schiochet, que contrataram a Look Estratégias e Marketing, alegaram que os serviços vêm sendo prestados. “Em relação ao endereço, informo que cobrei solução dos responsáveis da Look, e fui informado que a atualização foi solicitada”, disse Francischini. Crispim contou que conheceu o representante da Look “pelas dependências da Casa Legislativa”. A assessoria de Schiochet disse que “o endereço da firma não é de responsabilidade dele”.
Lava jato – Os deputados federais do PSL Julian Lemos (PB) e Heitor Freire (CE) gastaram R$ 97 mil da verba indenizatória da Câmara para imprimir panfletos e 70 mil informativos ao todo com um balanço dos primeiros meses de mandato. No endereço da empresa que eles disseram ter tido o serviço prestado, em Riacho Fundo (DF), funciona apenas um lava a jato. Não foram os únicos. O Estado identificou que 20 dos 53 deputados do partido do presidente Jair Bolsonaro, eleitos com o discurso de renovação da política, apresentaram à Câmara pedido de ressarcimento de R$ 730 mil por serviços prestados por firmas que não existem nos endereços informados nas notas fiscais.
Julian Lemos (PSL-PB) gastou R$ 63 mil em uma gráfica que diz funcionar num Lava Jato em Planaltina, no Distrito Federal.