Sete centrais sindicais celebram 1º de maio e manifestam apoio a Lula em Curitiba

Em formato inédito de unificação de sete centrais sindicais do País, milhares de trabalhadores se reuniram nesta terça-feira (1) em ato na Praça Santos Andrade, no Centro de Curitiba, para celebração do Primeiro de Maio, Dia do Trabalhador. A Polícia Militar (PM) afirma que 5 mil pessoas participaram, enquanto a organização fala em 50 mil manifestantes. Neste ano, a tradicional concentração foi tomada por apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde o dia 7 de abril nas dependências da Polícia Federal, no Santa Cândida, em Curitiba. Reivindicações de classe, como em defesa de direitos trabalhistas e contrárias a reformas do governo federal de Michel Temer (PMDB), se misturaram com solidariedade ao ex-presidente preso. Mesmo centrais com divergências históricas se uniram para organização do ato.
O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores) afirmou que a unidade das centrais em torno de Lula não significa que todos o apoiem. Segundo ele, muito o querem na disputa eleitoral apenas para que debates em torno de questões trabalhistas voltem à pauta. “As centrais sindicais perceberam que Lula é um ativo político importante para as centrais e para os trabalhadores. Não uma campanha salarial que se faça no Brasil hoje que se consiga aumento de salário. O Brasil, com Michel Temer, não tem credibilidade. Com Lula é possível uma unidade nacional capaz de retomar o desenvolvimento. Muitos (das centrais) nem vão votar no Lula. Não se trata disso. Se trata no direito de Lula se candidato. Os debates da CLT voltam com Lula candidato, os debates dos direitos voltam, os debates da geração de emprego volta”, disse o sindicalista.
O secretário-geral da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Zenir Teixeira de Almeida, afirmou que a presença de representantes de sindicatos de países da Europa e América Latina fez um evento histórico internacional. “A CTB, que sempre lutou pela unidade do movimento sindical, apesar da existência de várias centrais sindicais pelo país, a gente acha que é importante a unidade dos trabalhadores, na luta por direitos, contra essas reformas implantadas e que prejudicam a classe trabalhadora. A unidade também está acontecendo pelo mundo. Estamos conversando com centrais da América Latina e de outros continentes e eles também estão achando que é um fato histórico. Muitas delegações internacionais mandaram representantes para cá”, apontou ele.
O pedido de liberdade para Lula predominou entre as reivindicações. O ex-governador da Bahia, Jaques Wagner, lembra que este e o primeiro Dia do Trabalhador que Lula não participa. “Todos os primeiros de maio sempre foram dias de luta e resistência. Esse de 2018 tem um pouco o sabor do de 1978, há 40 anos, quando começou a surgir a figura de Lula, e quando a bandeira na época era anistia, diretas”, rememorou. Para o petista, a união das centrais é sintoma natural da conjuntura atual. “Quando se tem um grau de liberdade, cada um escolhe seu caminho. Quando a liberdade está restrita, as pessoas se juntam em defesa de uma liberdade mais ampla”, avaliou. (Bem Paraná).

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