688 hectares de floresta devastada ilegalmente no Paraná e multas de mais de R$ 6 milhões
Com a participação de 16 estados, a edição deste ano da Operação Mata Atlântica em Pé, ação executada por diversas unidades do Ministério Público brasileiro para combater o desmatamento e garantir a proteção de regiões que integram o bioma da Mata Atlântica, já culminou na fiscalização de 500 áreas de floresta e na confirmação de 5.300 hectares de desmatamento, com a aplicação de perto de R$ 22 milhões em multas. As fiscalizações foram feitas com apoio da Polícia Militar, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e órgãos estaduais ligados à questão ambiental. No Paraná as fiscalizações foram executadas pela Polícia Ambiental do Paraná – Força Verde, entre os dias 16 e 20 de setembro, com ações concentradas nos municípios de Prudentópolis, Guarapuava, Pinhão e Reserva do Iguaçu, área em que prevalece a floresta ombrófila mista, a Mata de Araucária. As equipes realizaram vistorias em 53 pontos, constatando 688 hectares de floresta devastada ilegalmente. Foram apreendidos 104 metros cúbicos de madeira e expedidos 53 ofícios com informações de crime ao Ministério Público, além de lavrados 85 autos de infração e aplicadas multas no valor total de R$ 6.204.850,00.
Legislação específica – A coordenação nacional dos trabalhos foi conduzida pelo promotor de Justiça Alexandre Gaio, do Ministério Público do Paraná, que atua junto ao Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Proteção ao Meio Ambiente, Habitação e Urbanismo (CAOPMAHU). “Neste ano observamos que, embora se perceba uma redução nos desmatamentos de vegetação nativa, lamentavelmente as supressões clandestinos e criminosas na Mata Atlântica continuam acontecendo”, diz o promotor.
O trabalho de fiscalização foi feito também com suporte de satélite e atlas desenvolvidos pela SOS Mata Atlântica e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Entre as metodologias, foram avaliadas imagens comparativas do estado atual dos imóveis e a situação em períodos anteriores. Para Mário Mantovani, diretor da SOS Mata Atlântica, desde a edição da Lei da Mata Atlântica, os conflitos e desmatamentos vêm diminuindo. “A Operação Nacional possui justamente o propósito de identificar os focos de resistência à aplicação da legislação e de condução para a reversão dos processos de degradação ambiental. Daí a importância de buscarmos legislações específicas para os demais biomas do país”, afirma o ambientalista. (Com informações do Ministério Público do Paraná).