Cresce o movimento grevista dos servidores públicos do Paraná

A decisão do governador Ratinho Junior (PSD) de não receber os(as) servidores(as) e de descumprir a promessa que fez de pagar os direitos funcionalismo está ampliando o movimento grevista iniciado no último dia 25. Nesta terça-feira (2), docentes e funcionários da Universidade Estadual de Londrina (UEL) aprovaram em assembleia adesão à greve, por tempo indeterminado.

Segundo levantamento da APP-Sindicato, cerca de 90% das escolas participam do movimento parcial ou totalmente e em torno de 55% dos(as) professores(as) e funcionários(as) das escolas da rede pública estadual cruzaram os braços. Além da educação, funcionários(as) de outras categorias como saúde, meio ambiente também estão parados.

“Mais trabalhadores estão entrando na greve ao perceberem a gravidade da situação. Além de negar o pagamento da data-base, o governo nos ameaça com projetos de acabar com direitos dos servidores”, comenta o presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Leão.

Acampamento

Depois de reunir mais de 15 mil pessoas nas ruas de Curitiba, na última segunda-feira, o Fórum das Entidades Sindicais (FES) montou acampamento em frente ao Palácio Iguaçu. A vigília espera por uma reunião com o governador para negociar a revisão dos salários, que estão congelados há mais de três anos.

“Esperamos que o governo tenha mais respeito com os servidores e chame os representantes para um debate franco e com propostas efetivas”, disse Donizeti Silva, do SindSeab e da coordenação do FES.

O dirigente destaca que a data-base venceu em maio e desde o começo do ano o governador tem solicitado, sucessivamente, mais prazos para apresentar uma proposta.

“Todos os prazos pedidos pelo governo se esgotaram e nenhuma proposta foi apresentada. São mais de três anos de sacrifício dos servidores com salários congelados. Precisamos de respostas efetivas”, disse.

Reivindicação

O funcionalismo reivindica o pagamento de 4,94%, referente a inflação dos últimos 12 meses, mais negociação dos atrasados. Sem reposição desde 2016, as perdas acumuladas passam de 17%. De acordo com o economista do FES, o prejuízo é equivalente a deixar de receber mais de dois salários por ano.

Ratinho Junior prometeu durante a campanha eleitoral receber os(as) representantes dos sindicatos e pagar a data-base em um dos primeiros atos do seu governo. Não cumpriu. O governador tem se limitado a falar sobre o tema em entrevistas à imprensa.

De acordo com estudos orçamentários do FES, a reivindicação pode ser atendida e não oferece riscos às contas públicas. Com base em dados da Secretaria da Fazenda, a despesa com pessoal é a menor dos últimos 10 anos. Em março, a imprensa oficial divulgou que o Paraná lidera o ranking nacional de saúde financeira.(Com informações APP/Sindicato).

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