Christiani Yared não concorda com a retirada de radares das rodovias determinada pelo presidente Bolsonaro
A deputada federal Christiane Yared (PR) publicou uma carta aberta ao presidente da República Jair Bolsonaro (PSL), na tarde deste domingo (31). Ela critica a postura do governo de suspender a instalação de 8 mil radares em rodovias federais. Christiane iniciou sua vida pública pautada no debate sobre trânsito seguro, fiscalização e punição de infratores após a morte do filho, em 2009.
No texto, a deputada repercute a decisão anunciada pelo presidente no Twitter de suspender a instalação dos equipamentos. Em um discurso populista, o presidente afirma que a grande maioria dos radares tem “o único intuito de retomo financeiro ao estado”. Ele também cita que os equipamentos tiram a paz do motorista.
“Ao renovar as concessões de trechos rodoviários, revisaremos todos os contratos de radares verificando a real necessidade de sua existência para que não sobrem dúvidas do enriquecimento de poucos em detrimento da paz do motorista”, declarou Bolsonaro.
Para a deputada, a paz do motorista acontece quando ele se sente seguro. “Caro senhor presidente, a paz do motorista acontece quando ele se sente seguro na rodovia, quando sabe que há um controle pensado para salvar vidas, a dele, a da sua família, dos seus entes queridos”, declarou a deputada.
Segundo Christiane Yared, a preocupação com a conhecida “indústria da multa” é real mas existem outras formas de combatê-la. Ela cita a Comissão de Viação e Transporte da Câmara dos Deputados que aprovou a proposta que altera o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) para proibir qualquer relação entre a remuneração de empresas responsáveis pela instalação e manutenção de radares e o valor ou o percentual de multas aplicadas.
“Presidente, o senhor sabia que o trânsito brasileiro mata mais que arma de fogo? O senhor se mostra tão preocupado com a violência que nos assola nas cidades, mas esquece da que acontece no trânsito. Um país lavado em sangue, ruas, calçadas, vias e rodovias, sangue de famílias inteiras, sonhos e vidas interrompidas por um país que não educa, não fiscaliza e não pune!”, diz a deputada na carta aberta. (Paranatotal).