Revolução de 1932 forçou Getúlio Vargas a convocar a Assembleia Constituinte
Esta terça-feira (9/7) marca o feriado da Revolução Constitucionalista de 1932 no estado de São Paulo. Embora muitas vezes lembrado como uma tentativa dos paulistas de se desligar do resto do país, o movimento armado, na verdade, buscou — e conseguiu — forçar o Governo Provisório do presidente Getúlio Vargas a instalar uma Assembleia Constituinte.
As tropas paulistas se mobilizaram dois anos após Vargas chegar ao poder por meio de um golpe de Estado. À época, ele governava sem uma Constituição. O Congresso e as Assembleias Legislativas estaduais e municipais estavam fechados, e o presidente impedia novas eleições presidenciais e nomeava interventores nos estados.
No dia 23 de maio de 1932, durante uma manifestação no centro da cidade de São Paulo, quatro jovens (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo) foram mortos por tropas getulistas. A repercussão do episódio levou grupos econômicos e políticos locais a apoiar um levante contra o governo federal.
NOVO GOVERNADOR
O dia 9 de julho marcou a adesão de Pedro de Toledo, interventor de Vargas em São Paulo, à causa. Ele rompeu com o governo federal e foi aclamado governador paulista.
O conflito militar que se seguiu foi o maior do país no século 20. O saldo foi de 934 mortos, dos quais 634 eram combatentes paulistas. O Exército Constitucionalista se rendeu no dia 2 de outubro de 1932.
Depois da Revolução, no ano seguinte, o presidente instalou uma Assembleia Constituinte, reabriu o Congresso e convocou eleições gerais. Em 1934, a nova Constituição foi aprovada e promulgada, dando início ao Governo Constitucionalista de Vargas.
Por muito tempo, prevaleceu a versão de que a Revolução Constitucionalista foi um movimento separatista e antinacional, com a ideia de que São Paulo desprezava o restante do país. Na verdade, a revolta em prol de uma Constituição contou com apoio de Mato Grosso, de estados da Região Sul e de partes de Minas Gerais, Bahia e Amazonas.
(Conjur).