Como fica o tempo a partir deste segunda-feira (06) de novembro

UM PERÍODO MAIS SECO E QUENTE SE ESTABELECE NOS PRÓXIMOS DIAS EM BOA PARTE DO PAÍS, COM CHUVAS NA REGIÃO SUL E NO OESTE.

Após um outubro de muita chuva e eventos extremos na Região Sul e da precipitação, conseguindo se espalhar pelo Brasil, uma padrão mais típico ao que se espera do fenômeno El Niño irá se estabelecer, com chuvas mais volumosas concentradas na Região Sul e um padrão mais seco no restante do país.

Após meados desta semana, a massa de ar frio, atípica para o mês de novembro, se afasta para o oceano diminuindo a sua influência de forma gradativa do centro-sul do Brasil, permitindo a atuação do escoamento de norte, que transporta o ar mais quente do centro-norte para o centro-sul do país.

SEMANA COMEÇA COM TEMPO FIRME NO CENTRO-SUL DO BRASIL, MAS CHUVAS RETORNAM AO SUL A PARTIR DE QUARTA-FEIRA

Semana começa com tempo firme no centro-sul do Brasil, mas chuvas retornam ao Sul e MS a partir de quarta-feira

Essa condição se mantém até pelo menos a próxima semana, com aumento gradativo das temperaturas e com potencial de as máximas passarem dos 40°C, atingindo os 45°C entre as regiões Centro-Oeste, Sudeste, Norte e Nordeste, bem a porção mais central do Brasil.

UMA NOVA ONDA DE CALOR ESTÁ A CAMINHO!

A combinação dos fatores climáticos Oscilação Antártica (AAO) e da Madden-Julian (MJO) proporcionaram uma condição favorável às chuvas no Brasil nas últimas semanas, com a AAO oscilando positivamente e em torno da neutralidade, favorecendo a atuação da corrente de Jato Subtropical entre as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Além disso, a MJO atuou nas suas fases mais favoráveis à atividade convectiva no centro-norte do país, as fases 1 e 8.

aao mjo
Comportamento registrado e previsão da Oscilação Antártica (AAO) (esq.) e da Oscilação de Madden-Julian (MJO) (dir.).

Nas próximas semanas, a AAO passa a atuar com sinal negativo e a MJO fica em neutralidade, trazendo de volta um padrão de distribuição da precipitação muito próximo do esperado da média registrada em períodos de El Niño. As chuvas volumosas voltam a ficar concentradas somente na Região Sul, com tempo seco em boa parte do país e com temperaturas muito elevadas.

anomalia de precipitação
Anomalia de precipitação para a o período de 13 a 20 de novembro, segundo o modelo ECMWF.

O modelo de confiança da Meteored, o ECMWF, mostra exatamente esse padrão para os próximos dias através das anomalias de precipitação e de temperatura que apresentam muito contrastantes entre o Sul e o restante do Brasil para ambas as variáveis.

onda de calor novembro
Anomalia de temperatura para o período de 13 a 20 de novembro, segundo o modelo ECMWF.

Com um padrão mais seco e temperaturas acima da média por mais de 5 dias, podemos dizer que um padrão de bloqueio pode se estabelecer (para a confirmação seria necessário a análise de campos de pressão) e, principalmente, que uma nova onda de calor está a caminho!

QUÃO INTENSA PODE SER A ONDE DE CALOR?

Aqui trazemos a tendência das temperaturas máximas do modelo ECMWF para os próximos 10 dias. Em virtude do afastamento da massa de ar frio e da dificuldade dos sistemas de precipitação avançarem para o Sudeste e até mesmo até o estado da Bahia, como o último evento, se observa o aumento gradativo das temperaturas máximas dia após dia, como reflexo do tempo firme no centro-norte do Brasil e do transporte do ar mais quente para parte do centro-sul, principalmente entre os estados do Mato Grosso do Sul, do Paraná, de São Paulo, de Goiás e de Minas Gerais.

Já no próximo fim de semana, as temperaturas já podem atingir valores em torno dos 40°C no Mato Grosso do Sul, no centro-norte de São Paulo e na Região do Triângulo Mineiro. A abrangência da “mancha” de 40°C aumenta no Brasil Central e pontos acima deste limiar, em 45°C, começam a aparecer na terça-feira, 14 de novembro.

Vale ressaltar, que por se tratar de uma tendência, o detalhe das intensidade da onda de calor pode sofrer alterações. No entanto, o padrão mais quente e seco de fato irá acontecer, uma vez que os fatores climáticos AAO e MJO corroboram para esse cenário mais extremo.

(METEORO.TEMPO.COM).

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