A enchente de 1983 (a maior) e a que estamos vivendo agora e porque o nível demora mais para baixar em UVA/PU

A enchente de 1983, passados 40 anos, sem dúvida, foi a maior das últimas cinco e não quatro, como está sendo amplamente anunciado pelos meios de comunicação. 1957: 7,28; 1983: 10,40; 1992: 8,89; 2014: 8,13.E agora a de 2023, cujo nível do rio é monitorado pela Copel, é (não oficialmente) de 8,33, mas deve ser atualizado.

A enchente de 1957 não teve muitos resultados negativos, porque as regiões próximas ao rio, tanto em União da Vitória, quanto em Porto União, estavam com algumas poucas residências.

Na região onde está a grande estrutura de imóveis da UGV não estive praticamente nada, apenas um frigorífico e algumas casas. Na mesma área foi construída a estrutura que sediou durante anos a então poderosa Indústrias Dissenha.

São Cristóvão se limitava apenas àquela parte central, sensível à invasão das cheias do Iguaçu. Mesmo na enchente de 1983, São Cristóvão, que ficou totalmente inundada, não contava com a fantástica estrutura urbana de agora, que faz do distrito maior do mais de 220 dos 399 municípios do Paraná, com cerca de um terço da população do município.

E Santa Rosa, em Porto União, ainda era um pequeno bairro, mas agora tem indústrias, prédios comerciais e residências, além de grande supermercados.

Curioso, ou lamentável, é a falta de conhecimento da situação da bacia hidrográfica de nossa região, que abrange as regiões metropolitana de Curitiba, Campos Gerais, Centro Sul e Sul do Paraná todo o Planalto Norte de Santa Catarina, com suas principais cidades inundadas, como São Bento do Sul, Rio Negrinho, Mafra (ao lado de Rio Negro), Canoinhas, Três Barras, Irineópolis, São MIguel da Serra.

Se em Coronel Amazonas e São Mateus o Sul, o nível do rio está baixando, em Porto União/União da Vitória, enquanto descem as águas do Planalto Norte, o nível demora um pouco mais para baixar.

De 1983, até outubro de 2023, o crescimento urbano de União da Vitória e Porto União, principalmente o lado paranaense, tem sido muito grande, sem que se respeite uma Plano Diretor (que parece nem existir), com dezenas de obras, inclusive próximas às áreas do rio, principalmente com aterros. E não é exclusidade de União da Vitória, porque Porto União faz o mesmo. Não sei exatamente o que aconteceu na enchente de 2014, mas estive presente e trabalhando na Defesa Civil das duas cidades em 1983 e em 1989.

Em 1983, gratificante, foram as atenções do Governo do Estado, que instalou em União da Vitória, com três secretários de Estado, uma extensão da administração estadual, com a presença diversas vezes do próprio governador José Richa.

Claro que a realidade de agora é diferente, porque a população aumentou, com o grande crescimento de bairros e milhares de automóveis, que agora causam problemas sérios no trânsito.

Agora as Redes Sociais estão aí para a apresentação dos mais incríveis projetos para acabar com as enchentes, mas a verdade que existe apenas uma solução paliativa: devolver ao rio o espaço que é dele!

SEGUNDO MONITORAMENTO DA COPEL, VEJA COMO FICA O NÍVEL NESTA SEXTA-FEIRA (20) E SÁBADO (21). ALTERAÇÕES PODEM OCORRER.

20/10/2023 03:00 8,33 747,94 3.510 8,33 747,94 3.510
20/10/2023 09:00 8,36 747,97 3.530 8,36 747,97 3.530
20/10/2023 15:00 8,36 747,97 3.530 8,36 747,97 3.530
20/10/2023 21:00 8,34 747,95 3.520 8,34 747,95 3.510
21/10/2023 03:00 8,30 747,91 3.490 8,30 747,91 3.490
21/10/2023 09:00 8,25 747,86 3.450 8,25 747,86 3.450

 

 

 

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