Quem é o general da reserva alvo da Polícia Federal nesta sexta-feira (29)

Alvo da 18ª fase da Operação Lesa Pátria da Polícia Federal nesta sexta-feira (29), o general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes foi diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde no governo Bolsonaro.

No dia 8 de janeiro, ele participou dos ataques às sedes dos Três Poderes e chegou a gravar um vídeo diante do Congresso Nacional dizendo que estava “arrepiado”.

“Quero dizer que estou arrepiado aqui. O pessoal acabou de travar a batalha do gás lacrimogênio. Acreditem. A PM jogou gás lacrimogênio na multidão durante meia hora e agora eles estão aqui na frente e o pessoal está aplaudindo a Polícia Militar. Aplaudindo porque a gente sabe que eles cumpriram ordem, eles estavam aqui para defender patrimônio. A maioria deles é bem-intencionado, tem que ser aplaudido sim”, disse em vídeo que circulou no WhatsApp de militares.

Formado na turma de 1987 da Academia Militar das Agulhas Negras, Ridauto integrou o Comando de Forças Especiais do Exército, considerado um grupo de elite e destacado para cumprir missões de inteligência e alto risco.

A turma é mesma do general Gustavo Henrique Dutra, que estava à frente do Comando Militar do Planalto à época dos ataques e também do coronel Adriano Testoni, que foi denunciado por chamar generais de “merda” no 8 de janeiro.

O militar atuou no Comando de Operações Especiais do Exército, em Goiânia. Promovido a general, esteve à frente da 7º Brigada de Infantaria Motorizada em Natal, no Rio Grande do Norte. No mesmo estado, liderou a Operação Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Em 2018, passou para a reserva.

Ao longo da carreira militar, Ridauto sempre se destacou como um dos melhores das turmas de formação. Colegas costumavam dizer que ele era “diferenciado” e “ponto fora da curva”. Ao mesmo tempo, mesmo entre os militares, era visto como “um radical” de atitudes “inesperadas.”

Em nota, o Centro de Comunicação Social do Exército afirmou que Ridauto encontra-se na reserva e não ocupa cargo ou desempenha função na Força. E que o Exército não se manifesta no transcurso de processos de investigação a cargo de outros Órgãos.

MINISTÉRIO DA SAÚDE

Ridauto ingressou no Ministério da Saúde em 2021 a convite do general Eduardo Pazuello, que chefia a pasta e hoje é deputado federal.

Em julho do mesmo ano, já na gestão de Marcelo Queiroga, o general assumiu o Departamento de Logística em meio a denúncias de corrupção feitas pela CPI da Covid no Senado.

Na época, repercutiram mensagens que Fernandes costuma enviar por WhatsApp. Em uma delas dizia que morreria pela pátria.

“Por alguns valores, um militar passa (facilmente) por cima de muita coisa. Desculpem os que se sentirem ofendidos, mas por minha Pátria em morro. E também mato e faço coisas que não vou listar aqui, para não provocar chiliques”, escreveu.

Além de Ridauto, outros integrantes do governo Bolsonaro também tem origem nas Forças Especiais do Exército. Entre eles, os ex-ministros Eduardo Pazuello e Luiz Eduardo Ramos, além do tenente-coronel Mauro Cid.

Ridauto, inclusive, chegou a visitar o ex-ajudante de ordens do ex-presidente na prisão.

(CNN).

Posts Similares

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *