(——* Frutuoso de Oliveira)——–
Nossa vice-governadora gosta de comer bem.
Quem não gosta?
Por muito pouco (não fosse o anúncio dos policiais nas escolas estaduais) a principal notícia do dia que o Governo Jorginho Mello completou cem dias, não foi a contratação dos cozinheiros e auxiliares para a vice-governador Marilisa Bohem (PL).
São cinco funcionários que custarão R$ 62 mil por mês.
Sinceramente, dentro das contrataçõe que se fazem no Governo e em outros orgãoes, não é tudo aquilo. O que chamou atenção foi um cozinheiro, pela valor de R$ 21,4 mil mensais.
Óbvio que o cozinheiro não levará essa grana para casa ao final do mês. Nesse valor estão os encargos trabalhistas e a margem de lucros da empresa Orbenk (afinal, vivemos no capitalismo).
Segundo o jornalista Roberto Azevedo, Jorginho Mello não curtiu a parada. Durante o ato de comemoração dos cem dias, disse que não gostou da contratação e também não permitiu que a vice desse explicações.
“Não é o momento e não gostei”, teria dito o governador.
Vamos imaginar que o cozinheiro da vice receba em torno de 50% desse valor. Algo em entre 10 e 11 mil mensais.
É um bom salário para quem vai trabalhar no turno de 11 horas trabalhadas e 36 horas de folga, como diz o contrato. É bem acima da media do que deve ganhar um cozinheiro na maioria dos restaurantes em Florianópolis.
Governadores e vices sempre tiveram cozinheiros e sempre comeram bem. Já comi, em função da minha profissão, em casa de governadores e de vices. E garanto, come-se e bebe-se muito bem.
Então por que os ataques de pelanca com os cozinheiros da vice?
Simplesmente porque políticos sempre se elegem pregando a moralização nos gastos públicos. E isso não foi diferente com ela e Jorginho Mello. Quem acreditou na tal moralização, bailou.
Quando penso que alguém vai moralizar o serviço público, a última coisa que imagino é que ele precise de dois cozinheiros.
Moro perto da casa da vice-governador aqui na região continental de Florianópolis. Hora dessas passo lá ver se rola um rango e aí sim direi a vocês se o cozinheiro vale ou não o salário.
Mais detalhes nesse link do Portal Fatos Online l1nq.com/lBXPi.
(* Frutuoso Oliveira é jornalista e analista da política de Santa Catarina).