PMSC encontra suposta tabela de propinas na casa do sócio da Serrana
Márcio André Savi é sócio de Odair José Mannrich nas empresas do grupo Serrana. Mannrich é apontado pelo Ministério Público (MP) como o principal articulador do esquema criminoso de fraude de licitações para coleta do lixo em dezenas de cidades de Santa Catarina, e seu sócio, Savi, é investigado como um dos organizadores do esquema.
Com a quebra do sigilo digital de Savi os investigadores encontraram uma planilha que consideram ser uma das provas de que o empresário pagava propina aos agentes políticos em troca de favorecimentos aos seus empreendimentos. Na tabela é descrito um “Custo Político” de R$ 4,5 milhões, o que o MP aponta como verba que foi ou seria paga aos prefeitos, secretários e vereadores dos municípios em que a Serrana mantinha operações.
A tabela encontrada no e-mail de Savi também mostra que, sem contar as propinas, os gastos da Serrana estariam na ordem de R$ 10.290.304,00 e a estimativa de lucro dos empresários com o esquema beirava os R$ 20 milhões. Mais precisamente são descritos R$ 19.572.682,80.
Esse lucro anotado por Savi em seu e-mail seria auferido através de dinheiro público com contratos superfaturados entre as prefeituras e a Serrana. Além disso, conforme revelado pelo JMais, fora os contratos superfaturados, a ausência de fiscalização no aterro sanitário de Mafra fazia com que a Serrana estivesse livre para inflacionar o volume de lixo coletado, podendo cobrar ainda mais por serviços que não foram prestados, segundo aponta a investigação.
A partir dos dados coletados nas quebras de sigilo telefônico e telemático de Savi, os investigadores consideram que possuem “elementos indiciários robustos” de que Savi possa estar praticando os crimes de fraude à licitação, corrupção ativa e organização criminosa.
Os investigadores do MP destacam que os negócios da Serrana constituem uma “organização criminosa extremamente estruturada e de alto poderio financeiro”, inclusive levando em consideração a própria planilha que indicaria propina aos agentes políticos.
CONTRAPONTO
A defesa dos acusados não responde às revelações porque o processo segue em segredo de Justiça.
(Alexandre Douan/Portal Jmais/Canoinhas).