2022: O ano da censura e do fim da liberdade de expressão
——- (* Moacir Pereira)——
O ano que termina revela-se o mais sombrio desde a redemocratização em 1988. Tudo acontece aos olhos da nação, a Carta Magna é violada por atos sucessivos do presidente do TSE e ministros do Supremo, eventos sociais sinistros acontecem em Brasília e as instituições jurídicas e civis se calam de forma inexplicável.
Alexandre de Moraes aplica a censura prévia à imprensa. No regime militar era uma violência inominável contra a população e contra a ordem jurídica. Neste soturno 2022 são atos normais. E aqueles que criticam ou denunciam estas arbitrariedades oficiais são taxados de “bandidos”, “insurgentes”, e de “criminosos”, em atos “antidemocráticos”.
Sucedem-se notícias sobre fatos históricos verdadeiros e vem o poderoso inquisidor e os classifica de “fake news”, vetando sua divulgação.
Blogueiros são cassados, sites são desmonetizados, jornalistas e parlamentares são presos, empresários tem contas bancárias bloqueadas e suspensas suas redes sociais. Moraes chegou ao cúmulo de decretar a penhora dos salários de Roberto Jeferson. E só parcela dos advogados insurgiu-se, alegando que salários são alimentos e, impenhoráveis.
A solenidade de diplomação foi um teatro, tornado risível a partir da narrativa fictícia do presidente do Tribunal, líder da bolha.
Para completar, uma roda de samba na casa do advogado Antônio Carlos Castro, o Kakay, num convescote que macula o Judiciário. Presentes, Lula, Alckmin, e vários ministros do Supremo. Antigamente, isto se chamava “falta da ética e da compostura”.
(*Moacir Pereira é um dos mais respeitados jornalistas e analistas políticos de Santa Catarina).