Luiz Inácio Lula da Silva anunciou os seus cinco primeiros ministros

O presidente eleito Lula confirmou nesta sexta-feira (9), em Brasília, os cinco primeiros nomes de seus ministérios. Em pronunciamento no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do governo de transição, o petista confirmou as nomeações de Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Rui Costa (Casa Civil), Flávio Dino (Justiça) e José Múcio (Defesa). Embaixador na Croácia, Vieira era o único que não estava presente no momento do anúncio.

Lula disse que definirá, no fim de semana, o número de ministérios e secretarias que funcionarão em seu governo e que anunciará nova leva de ministros na próxima semana, depois de sua diplomação, marcada para segunda-feira (12). Outros auxiliares serão divulgados posteriormente. Entre os nomes mais cotados para as futuras pastas estão Marco Aurélio Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), Jorge Rodrigo Araújo Messias (Advocacia-Geral da União), Simone Tebet (Cidadania, ou Desenvolvimento Social), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Izolda Cela (Educação) (veja lista).

Durante a coletiva, Lula informou que se reunirá ainda nesta sexta-feira com Múcio e os escolhidos pelo futuro ministro para a função de comandantes do Exército, da Marinha e a Aeronáutica. Ele não declarou, no entanto, quando os nomes serão anunciados.

Confira o perfil dos ministros anunciados:

Fernando Haddad – Fazenda

Escolhido por Lula para o Ministério da Fazenda, Fernando Haddad (PT) é bacharel em Direito, mestre em Economia e doutor em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP). Foto: Ricardo Stuckert

Escolhido para o Ministério da Fazenda, Fernando Haddad (PT) é bacharel em Direito, mestre em Economia e doutor em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP). Foto: Ricardo Stuckert

Fernando Haddad (PT) é bacharel em Direito, mestre em Economia e doutor em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP). Foi o ministro da Educação entre 2005 e 2012, atuando a partir da segunda metade do primeiro mandato de Lula até a primeira metade do mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Também foi o prefeito da cidade de São Paulo entre 2013 e 2017. Neste ano, Haddad concorreu ao governo de São Paulo, mas foi derrotado por Tarcísio de Freitas (Republicanos) no segundo turno. Em 2018, ele foi escolhido por Lula para disputar a Presidência da República diante de sua prisão e inelegibilidade. O petista foi para o segundo turno, sendo derrotado por Jair Bolsonaro.

Enquanto Lula se recuperava de um procedimento médico, Haddad foi escalado para participar de eventos da área econômica, como um promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), onde destacou que a reforma tributária será uma prioridade para o terceiro mandato de Lula.

Flávio Dino – Justiça e Segurança Pública

Ex-governador do Maranhão por dois mandatos consecutivos e senador eleito, Flávio Dino (PSB) ocupará o ministério da Justiça e Segurança Pública. Foto: Ricardo Stuckert

Ex-governador do Maranhão por dois mandatos consecutivos e senador eleito, Flávio Dino (PSB) ocupará o ministério da Justiça e Segurança Pública. Foto: Ricardo Stuckert

Ex-governador do Maranhão por dois mandatos consecutivos e senador eleito, Flávio Dino (PSB-MA) ocupará o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Mestre em direito, advogado e ex-juiz federal, Dino coordenou o grupo de trabalho do governo de transição responsável pela área.

Durante a campanha, Lula chegou a anunciar que desmembraria o ministério e daria à área de segurança pública uma pasta independente. Ao anunciar o nome do novo ministro, Lula admitiu a possibilidade de, posteriormente, desmembrar as duas áreas, conforme havia sinalizado durante a campanha eleitoral.

Dino será o responsável por seguir a promessa de Lula e realizar um “revogaço” nos decretos pró-armas feitos por Bolsonaro. O senador eleito já se manifestou contrário à política armamentista do atual presidente e defendeu “despolitizar” as polícias.

Rui Costa – Casa Civil

Encerrando o seu segundo mandato como governador da Bahia, Rui Costa (PT) foi recompensado com um dos cargos mais importantes no governo Lula: será o ministro da Casa Civil. Foto: Ricardo Stuckert 

Encerrando o seu segundo mandato como governador da Bahia, Rui Costa (PT) foi recompensado com um dos cargos mais importantes no governo: será o ministro da Casa Civil. Foto: Ricardo Stuckert

Encerrando o seu segundo mandato como governador da Bahia, Rui Costa (PT) foi recompensado com um dos cargos mais importantes no governo. O ministro da Casa Civil atualmente é responsável por realizar a articulação política do governo.

No entanto, Costa já sinalizou que adotará um perfil mais gestor, mudança que agrada a Lula. A ideia é que o ministério volte a exercer seu papel de coordenador dos outros ministérios, deixando a articulação política para outra pasta. Antes de chegar ao comando do estado, ele foi deputado federal e chefe da Casa Civil do então governador Jaques Wagner (PT) na Bahia.

José Múcio – Defesa

Natural de Recife, José Múcio foi deputado federal por Pernambuco durante cinco mandatos consecutivos, de 1991 até 2007. Assumiu o Ministério das Relações Institucionais entre 2007 e 2009, durante o segundo mandato de Lula. Também foi ministro e presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), onde ficou de 2009 até janeiro de 2021.

Lula enfrenta resistência entre integrantes das Forças Armadas, uma das bases políticas do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). A área da Defesa foi a única que não teve um grupo de trabalho formado no governo de transição. Múcio tem uma boa interlocução com integrantes das Forças Armadas, o que pode ajudar a contornar eventuais atritos com a cúpula militar.

Os chefes das Forças Armadas deixarão os cargos em dezembro. Pelo critério de antiguidade, serão escolhidos o general Júlio Cesar Arruda para o Exército; o almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen para a Marinha; e o tenente-brigadeiro Marcelo Damasceno para a Aeronáutica. O almirante de esquadra Renato Rodrigues de Aguiar Freire deverá ser o Comandante do Estado-maior das Forças Armadas.

Mauro Vieira – Relações Exteriores

Chanceler durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), Mauro Vieira ocupará o Itamaraty e será responsável por retomar as relações internacionais do Brasil. O diplomata de carreira chefia a Embaixada do Brasil em Zagreb, capital da Croácia.

A gestão de Bolsonaro marcou um isolamento do país, que se aproximou de líderes de extrema-direita como o ex-presidente do Estados Unidos, Donald Trump, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán.

Outros pontos sensíveis foram a “neutralidade” do Brasil sobre a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que já dura quase dez meses; e as constantes críticas públicas de membros do governo a parceiros comerciais importantes, como a China.

(CONGRESSO EM FOCO).

Posts Similares

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *