Foi uma semana muita agitada na política do Paraná

A semana foi agitada na política paranaense. No ringue eleitoral predominaram os socos abaixo da linha da cintura. Teve de tudo. Não faltaram traições, artimanhas, especulações e desistências, uma mostra cristalina de que a eleição desse ano não será para os de estômago fraco. Tirem as crianças da sala!

ALVARO PUXA O TAPETE DE SILVESTRE

Logo no começo da semana se dizia que o senador Alvaro Dias (Podemos) lutava com unhas e dentes para se manter na política. O meticuloso articulador deixava vazar vários cenários, que visavam lhe pavimentar um caminho tranquilo à reeleição. Possíveis acertos com o MDB, PSB e PSDB foram plantados na imprensa. Até mesmo uma candidatura à Presidência foi arranjada para criar uma saída honrosa para o senador, no caso de suas andanças pelo país atrás de apoios para a eleição ao Senado não rendessem frutos.

Como em política hierarquia é um conceito superado, Alvaro desprezou o PSDB paranaense e negociou diretamente com a executiva nacional. Ofereceu o apoio do Podemos à candidatura presidencial de Simone Tebet (MDB) e, em troca, conseguiu a intervenção do PSDB nacional, que ordenou ao diretório estadual que retirasse a candidatura de Cesar Silvestre ao Senado e apoiasse a de Alvaro.

SILVESTRE VAI À LUTA

Alijado da disputa ao Senado pela negociação entre o PSDB nacional e o Podemos, resta a Cesar Silvestri Filho tentar recuperar sua candidatura na Justiça. Em vídeo divulgado na sexta-feira (6), Silvestri confirmou que é esse o caminho que pretende seguir. Segundo ele, o apoio do partido à candidatura de Alvaro Dias atende a “artimanhas e conchavos políticos que não tem nada a ver com os interesses do Paraná. Baseado em trocas de apoios em outros Estados, tentam limar a nossa participação no debate eleitoral simplesmente para se apropriar do nosso tempo de televisão. Essa é uma decisão arbitrária, antidemocrática e, acima de tudo, ela é ilegal porque ela afronta os melhores princípios do direito eleitoral, da ética política e do bom debate”.

DUCCI VAI DE ALVARO

Outro fato que agitou a política na semana foi o apoio do PSB ao senador Alvaro Dias. Na quinta-feira (4), o presidente do partido, Luciano Ducci, confirmou que o partido estaria no palanque do Podemos. Como o PSB não havia definido, na sua convenção, quem apoiaria para o governo do Estado e para o Senado, a expectativa era que Ducci levasse o partido a uma aliança com o PSD do governador Ratinho Jr. e do prefeito de Curitiba Rafael Greca e, dessa forma, apoiasse a candidatura de Paulo Martins ao Senado. Alvaro levou a melhor. Sobre o governo do Estado, o deputado Luciano Ducci confirmou ao HojePR que o PSB vai se manter independente, apesar da maioria dos integrantes do partido apoiar a reeleição do governador Ratinho Jr.

PESSUTI NÃO TEM APOIO

Com uma candidatura que não passa de 1% das intenções de voto nas pesquisas eleitorais, o nome do ex-governador Orlando Pessuti para o Senado encontra resistências dentro do seu próprio partido. Segundo o jornalista Israel Reinstein em seu blog, neste HojePR, o anúncio da desistência de Pessuti seria uma questão de tempo. “Oficialmente nem o ex-governador Orlando Pessuti e nem a cúpula do MDB confirmam, mas ele já recebeu o beijo da morte e deve sair da disputa ao Senado e tentar uma vaga na Assembleia Legislativa. Dentro do partido, tanto regional como nacional, a ordem é abrir espaço para os mais competitivos”, publicou o jornalista.

Pessuti rebateu a informação. Em nota enviada a Israel, disse que sua candidatura ao Senado estava mantida e que não havia “qualquer tipo de negociação dentro do partido para uma mudança de rumo e eventual disputa a uma vaga na Assembleia Legislativa”.

Nos bastidores, no entanto, comenta-se que o MDB já teria decidido pela desistência e que, no caso de Pessuti insistir em disputar o Senado, o partido não ajudaria financeiramente o ex-governador.

GUTO SILVA DESISTE

No apagar das luzes da semana, uma informação que já vinha sendo ventilada há dias acabou se confirmando. O deputado estadual Guto Silva (PP) não seria mais candidato ao Senado. Quem anunciou a decisão foi o governador Ratinho Jr., nas redes sociais, comemorando que Guto havia aceitado ser o coordenador da sua campanha, abrindo mão da disputa.  (Texto de André Lopes).

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