Santa Catarina precisa mais de Brasília, diz Raimundo Colombo
A força e a diversidade econômica, a indústria e o agronegócio que são referência internacionais, as belezas naturais impulsionadoras do turismo, a vocação empreendedora e indicadores sociais que são resultados de muito trabalho. Tudo isso nos enche de muito orgulho quando olhamos para o passado e para o presente de Santa Catarina. Mas nada anula a necessidade de que Brasília olhe com mais carinho e atenção para os catarinenses. Precisamos desse suporte da capital federal para que o futuro catarinense continue promissor.
Eu já fui deputado federal, já fui senador, e lá, em Brasília, a visão que predomina é de que Santa Catarina tem tudo. Logo, não precisa de mais nada. O desafio é mudar isso. Não podemos mais aceitar essa lógica que ultrapassa diferentes governos. Santa Catarina precisa, sim, de uma contrapartida que faça justiça ao estado. Nós precisamos duplicar as nossas rodovias federais, precisamos de mais investimentos na saúde, mais investimentos na educação.
A situação das estradas federais é crítica em diferentes regiões de Santa Catarina. E hoje precisamos mais do que manutenção, precisamos de duplicação. A infraestrutura tem que acompanhar o ritmo de crescimento do estado. Ora, se a gente produzia 10 e agora nós estamos produzindo 100 e não melhoramos a infraestrutura em 10 vezes, nós criamos obstáculos para o desenvolvimento da economia.
O desafio também é grande na saúde, principalmente diante de uma sociedade que cada vez mais tem uma população com mais idosos do que crianças e adolescentes. O valor per capita da saúde repassado para Santa Catarina foi estabelecido na década de 1980 quando fizeram o SUS e até hoje é menor do que o do Paraná e do Rio Grande do Sul. Na época, o argumento para a diferenciação estava no fato de que nós não fazíamos o tratamento de alta complexidade em Santa Catarina, esse atendimento era feito apenas nas outras duas capitais do Sul, Curitiba e Porto Alegre. Mas hoje Santa Catarina resolve 100% da sua demanda em saúde e o valor per capita ainda é menor. Nós conseguimos corrigir um pouco no começo do governo, mas ainda há uma diferença muito grande e isso traz um prejuízo muito forte para nós.
É para tratar de questões como essas que Santa Catarina precisa de representantes fortes em Brasília. Legislar é uma responsabilidade. O papel do legislativo é criar meios de proteger a sociedade, ter coragem para dosar as atribuições dos órgãos de controle e do Judiciário, combater a burocracia e promover o dinamismo da gestão pública. Santa Catarina tem muito a seu favor, não pode ter a capital federal contra o seu desenvolvimento.