PSD catarinense decide apoiar Gean Loureiro, do União Brasil, para o Governo
O PSD já conta com candidato ao governo. O nome não pertence à própria sigla. Trata-se do ex-prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, do União Brasil.
A adesão pessedista foi confirmada na segunda-feira à noite durante reunião das principais lideranças do partido em Santa Catarina. Ocorreu no Hotel Faial, no Centro da Capital.
Raimundo Colombo se rendeu e acenou positivamente ao encaminhamento, sinalizando que pode disputar o Senado novamente.
Ele percebeu que não tinha mais apoio nas hostes pessedistas. Nem na bancada estadual, aonde apenas um deputado, o presidente Milton Hóbus; nem na esfera federal com o deputado Hélio Costa, nome isolado a respaldar o ex-governador.
Entre os prefeitos do PSD também há muitas restrições ao nome do lageano. Sobretudo em relação ao Fundam 2, que Raimundo Colombo prometeu a uma infinidade de prefeitos em seu segunda mandato e que jamais se materializou na forma de verbas aos municípios.
(Análise e informações do jornalista Cláudio Prisco Paraíso).
Por fim, o próprio Gilberto Kassab, o dono da sigla no Brasil, também se rendeu aos argumentos de Jorge Konder Bornhausen. O ex-governador, ao lado de Julio Garcia, fez toda a costura em favor de Gean Loureiro.
JKB não está filiado ao PSD, mas fez com que seu filho retornasse à legenda para concorrer a deputado federal. Paulo Bornhausen terá o apoio estratégico da prefeitura e de Gean na grande Florianópolis na tentativa de retornar à Câmara Federal.
Aliás, os detentores de mandato proporcional (estaduais e federais) no PSD serão os grandes favorecidos, em tese, por esta articulação. Todos de olho na renovação dos mandatos agora em outubro.
Os prefeitos da legenda torcem o nariz para essa aliança precoce. Açodamento que deve trazer novas e importantes defecções do PSD estadual a exemplo de Wilson Trevisan, de São Miguel do Oeste, que desembarcou da legenda; e de Dorival Borga, de Videira, que não se desfiliou mas já anunciou apoio a Moisés da Silva.
Se, por um lado, o grupo de Julio Garcia e de João Rodrigues conseguiu trazer Raimundo Colombo, que assimilou o golpe, é muito pouco provável que algum outro partido venha a participar dessa composição. Contexto que levará o PSD a indicar o candidato a vice, Eron Giordani, que entra na cota de João Rodrigues.
O prefeito de Chapecó, registre-se, não conseguiu evitar dissidências como a dos dois prefeitos citados.
Os prefeitos, sensibilizados pelos recursos distribuídos por Moisés da Silva, buscam uma nova dinâmica. Isso vale para várias legendas como MDB, PP e PSDB. Os tucanos estão federados com o Cidadania e fechados com o governador.
Exceção feita à deputada Carmen Zanotto, muito ligada a Jorginho Mello. Ela apoiará o senador bolsonarista na corrida pelo governo. É, no entanto, um apoio isolado dentro do Cidadania e da própria federação com o tucanato. Como CNPJ partidário, o Cidadania está com Moisés da Silva.
Neste cenário, ao PP restam duas alternativas: Esperidião Amin concorrer novamente ao governo, arriscando-se a não fazer grande votação, considerando-se que a maioria dos prefeitos do partido também acena para o atual inquilino da Casa d’Agronômica. Sem contar que dois dos três deputados estaduais do PP, Zé Milton (líder do governo) e Altair Silva, ex-secretário de Agricultura, também estão na balada do projeto de reeleição.