Governador Carlos Moisés no ‘Republicamos’, mas como fica o MDB?
Uma vez confirmada a filiação de Moisés da Silva ao Republicanos terá vencido a tese da escolha pessoal dele no contexto partidário-eleitoral. Incentivado por pessoas mais próximas, de seu círculo pessoal antes de chegar ao cargo máximo do estado.
Um dos principais conselheiros nesta direção é o secretário de Administração, Jorge Tasca. O chefe de gabinete do governador também exerceu influência nesta escolha. Além, é claro, do secretário de Articulação Nacional, Lucas Esmeraldino.
O secretário da Casa Civil, Eron Giordani, advogava outra tese, considerando-se o cenário eleitoral de 2022. Avalia que os dois melhores caminhos seriam ou o Podemos ou o MDB.
Ressalte-se que Giordani tem correspondido às expectativas do chefe do Executivo estadual, sobretudo nas articulações do Executivo com o Legislativo (Assembleia).
Na definição partidária, o governador não seguiu as ponderações de Eron Giordani.
Importante observar a partir de agora como a escolha de Moisés da Silva vai ser recebida na base de apoio na Alesc. Especialmente na bancada do MDB, que travou uma verdadeira guerra interna para tentar criar as condições que permitissem ao governador filiar-se ao partido para tentar a reeleição. Os deputados estaduais vão absorver na boa a escolha do governador?
Do ponto de vista administrativo, do apoio aos projetos de interesse do governo, nada deve mudar. A incógnita é relativa às perspectivas eleitorais. Como a bancada estadual vai se posicionar perante o partido com Moisés num partido pequeno?
Aliás, hoje à tarde o MDB vai se reunir para discutir as chapas proporcionais. Evidentemente que o assunto majoritário estará na pauta.
O ainda prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli, será cobrado a respeito de alianças e o fortalecimento do projeto. Existe o temor de que o partido fique isolado. Em 2018, o MDB tinha apenas o PL como aliado. Embora Jorginho Mello tenha conquistado o Senado, Mauro Mariani sequer chegou ao segundo turno do pleito estadual.
A conferir até que ponto os deputados estaduais vão seguir bancando Moisés da Silva junto ao MDB. Será que as bases do MDB verão com bons olhos a indicação de um candidato a vice do Republicanos, por exemplo? Embora os prefeitos venham sendo agraciados com recursos generosos do governo, talvez comecem a ponderar a possibilidade de adiar um eventual apoio a Moisés no segundo turno. Se for o caso. A conferir os desdobramentos! (Cláudio Prisco Paraíso é jornalista e comentarista).