Vice Mourão confirma reunião com o ministro Barroso e descarta impeachment de ministros do STF

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, confirmou nesta segunda, 16, que esteve com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso na semana passada, para conversar sobre “temas da atualidade”. O encontro, que foi revelado pelo Estadão, ocorreu no dia 10, quando veículos blindados militares fizeram um desfile na Praça dos Três Poderes.

A conversa ocorreu na casa de Barroso. Foi ele quem teve a iniciativa de convidar o general para o encontro. Preocupado com o risco de ruptura institucional, o ministro queria saber se as Forças Armadas embarcariam em uma aventura golpista promovida pelo presidente Jair Bolsonaro. Após a divulgação do encontro, Bolsonaro declarou que pedirá ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o impeachment de Barroso e do ministro do STF Alexandre de Moraes.

“Conversamos sobre temas da atualidade. O ministro está criando uma comissão externa para a melhorar auditoria (das urnas eletrônicas), então acho que foi um passo importante”, afirmou Mourão.

Após a derrota do voto impresso na Câmara dos Deputados, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), presidido por Barroso, decidiu ampliar procedimentos de auditagem do sistema eleitoral, em uma tentativa de dar respostas à parcela da população e da classe política que acusam, sem apresentar provas, que há fraudes no atual sistema de votação.

Perguntado sobre a ameaça que Bolsonaro fez aos ministros do Supremo, por supostos crimes de responsabilidade, Mourão disse que vê com ceticismo a possibilidade de o Congresso Nacional dar andamento a pedidos de impeachment contra os membros da corte. “Acho difícil o Senado aceitar”, afirmou o vice a jornalistas na chegada ao Palácio do Planalto.

“O presidente tem a visão dele. Ele considera que esses ministros estão passando dos limites em algumas decisões que têm sido tomadas, e uma das saídas dentro da nossa Constituição seria o impeachment”, declarou Mourão, sem se posicionar, contudo, de maneira favorável ou contrária aos impedimentos.

O vice-presidente limitou-se a reiterar críticas à prisão do presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, autorizada pelo Supremo na semana passada. “Não considero que Roberto Jefferson seja uma ameaça à democracia”, disse. “Acho que Alexandre de Moraes poderia ter tomado outra decisão sem mandar prender por opinião”.

Posts Similares

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *