Novo marco na ordenha de leite chega à nossa região

Segmento que vem contribuindo para o fortalecimento da economia da nossa região é o da produção de leite, graças ao trabalho dedicado de um grupo formado por famílias que tradicionalmente, há décadas, contribuem para o fortalecimento da Bacia Leiteira do Vale do Iguaçu.

E o resultado, graças a esse trabalho, que pode ser considerado até isolado, porque não tem dos poderes públicos as atenções que merece (opinião do autor do Site), é a confirmação de que essa atividade tem em nossa região condições de se consolidar como uma grande Bacia Leiteira.

Na década de 70 do século passado, foram realizadas algumas ações, com o apoio do poder público, inclusive com a implantação da CLAC, que não prosperou. Se prosperasse, a grande produção de leite de nossa região, notadamente de Porto Vitória e de União da Vitória, não estaria sendo atualmente transportada para passar pelo processo de pasteurização e transformação em leite longa vida, além de derivados, em cidades bem distantes, como Pato Branco, Londrina e até São Paulo.

Apesar de todas essas adversidades, produtores de leite, notadamente de Porto Vitória, atuam até com tenacidade, buscando alternativas que demonstram que a consolidação dessa área do Vale do Iguaçu pode, sem a menor duvida, se transformar numa das maiores Bacias Leiteiras dos estados do Paraná e de Santa Catarina.

Um exemplo dessa visão na área de produção de leite é a Fazenda Freyhart, dirigida pela família de Ernesto Freyhart, localizada em Colônia Amazonas, município de Porto Vitória, a menos de meia hora do centro das cidades de União da Vitória e de Porto União.

Novo Marco na ordenha

Esse sistema de ordenha, através de ‘rôbos’,  já está instalado e em operação na Fazenda Freyhart, uma iniciativa pioneira na região e que demonstra a confiança no potencial da região e na viável transformação em referência na produção de leite e quem sabe no futuro, com estruturas iguais àquelas para onde vai ‘nosso leite’ e depois retorna aos nossos supermercados. 

Detalhes da ordenha ‘robotizada’ de leite na Fazenda Freyhart, segundo a empresa Lely Astronaut e com informações do médico-veterinário Gustavo Freyhart.

“Os robôs, de modo geral, foram desenvolvidos tendo em vista a necessidade de realizar tarefas que geram muito esforço ou que têm ritmo difícil.

A produção de leite nas propriedades rurais é um exemplo de trabalho complexo, somado a escassez de mão de obra qualificada disponível para contratação.

O sistema de ordenha robotizada (SOR) ou robô de ordenha surgiu com a promessa de facilitar os processos produtivos nas unidades de produção de leite, possibilitando aos bovinos leiteiros a ordenha sem influência humana. 

A partir desta tecnologia, os animais são identificados na entrada da ordenha e o equipamento tem capacidade de gerar índices individuais, como tempo da última ordenha, da entrada na área de espera, tempo de acesso à ordenha, número de visitas ao robô que a vaca realizou nas últimas vinte e quatro horas e produção diária de leite.

O robô é composto ainda, por um braço automático que tem função de higienizar, aplicar pré-dipping e pós-dipping e anexar os copos coletores aos tetos.

Ao liberar o leite, a vaca recebe ração por um alimentador automático. Caso o leite apresentar alguma desconformidade (mastite, antibiótico, etc.), é descartado pelo robô e os copos e mangueiras são lavados automaticamente.

Na escolha do local onde o robô será instalado, devem-se analisar as instalações já existentes e a estrutura de cada propriedade. A estrutura principal para o robô compreende local para alimentação e descanso dos animais, local de ordenha e porteiras automatizadas.

A ordenha também pode ser implantada em propriedades com sistemas a pasto, em que é necessária a construção de uma sala de ordenha e a aquisição do robô. Podem-se utilizar as instalações já existentes, desde que os animais tenham tráfego livre dentro das mesmas. 

As instalações precisam ser bem projetadas, a fim de reduzir as filas de animais para alimentação, para ordenha e para deitarem-se. Cabe avaliar a quantidade de vacas que serão alojadas, construindo salões de tamanhos adequados, reduzindo investimento desnecessário.

A alocação deve estar de acordo com as exigências biológicas, fisiológicas e sociais das lactantes. O ponto chave para a utilização dos robôs é a motivação voluntária da vaca em ir até a sala de ordenha. Se o animal não buscar a ordenha, acarretará em perdas econômicas, devido ao trabalho manual realizado na busca do animal e a interferência na rotina e bem estar da vaca.

 Uma estratégia para que vacas busquem a ordenha é ofertar, como recompensa pós ordenha, alimentos mais palatáveis. Por outro lado, isso pode acarretar disfunções na fermentação do rúmen alterando o comportamento alimentar dos animais.

O período de adaptação, para que 80% a 90% dos animais use o sistema voluntariamente, é de três a quatro semanas. Normalmente animais mais jovens e agressivos adaptam-se mais facilmente”. 

Posts Similares

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *