Superfungo pode levar à morte de 30% a 60% dos infectados
O superfungo Candida auris, identificado em hospital da Bahia, é um dos mais temidos do mundo, por ser super-resistente a medicamentos e levar à morte de 30% a 60% dos infectados.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) emitiu um alerta, na terça-feira (8), após ter sido detectada uma possível infecção no território brasileiro.
O fungo foi encontrado em amostra de “ponta de cateter” de um paciente adulto internado em UTI. A matéria recolhida já passou por testes no Laboratório Central da Bahia e no Laboratório do Hospital das Clínicas, em São Paulo.
Serão realizadas, ainda, análises fenotípicas e por sequenciamento genético, antes do caso ser oficialmente confirmado.
Identificou-se o C. auris, pela primeira vez, no ouvido de um paciente no Japão, em 2009. De lá para cá, vários países tiveram casos confirmados: a Venezuela precisou lidar com um surto do fundo em 2012 e 2013; a Inglaterra, em 2015; e a Colômbia, em 2016.
Primeira identificação do fungo
Um dos principais desafios é detectar o fungo corretamente, já que a maioria dos laboratórios de referência do país não tem capacidade para identificar o C. auris.
A recomendação da Anvisa é que os serviços de saúde reforcem a vigilância laboratorial, para evitar surtos.
Este micro-organismo é muito confundido com o fungo responsável pela candidíase comum, mas não reage aos medicamentos usuais, nem aos desinfetantes e detergentes utilizados com mais frequência em hospitais.
A Anvisa ainda não sabe ao certo como o C. auris é transmitido, mas há indícios de que a contaminação aconteça por contato em superfícies ou de pessoa para pessoa. (ND+).