Prefeito Eliseu Mibach e sua obsessão por mais um mandato
Friedrich Nietzsche disse certa vez que os políticos dividem os seres humanos em duas classes: inimigos e instrumentos.
O adágio do filósofo alemão talvez sirva para explicar a razão que resultou no grupo político do candidato à eleição a prefeito de Porto União, liderado por Eliseu Mibach (PSDB).
Um ‘time’ repleto de políticos que até pouco tempo se viam como verdadeiros rivais, mas que acabaram sendo “abduzidos” pelo chefe do executivo, que venceu o pleito de 2016 depois de duas derrotas seguidas em 2008 e 2012.
A primeira para seu próprio ex-vice-prefeito Renato Stasiak e a segunda para o candidato Anízio de Souza, que teve o apoio do seu ex-vice.
No pleito de 2016, Eliseu voltou a enfrentar Renato Stasiak, com o industrial Percy Storck na vice, agora seu adversário na reeleição. E, em 2016, finalmente, venceu.
Eleito, Eliseu, para conhecimento de seus principais ‘assessores’, que conheço antes de muitos terem nascido, comecem a se manifestar, é melhor manter silêncio porque esta postagem tem respaldo e é redigido por um profissional, que o prefeito conhece muito bem.
Mas se quiserem um debate inteligente, vamos começar já pela história da fundação do município, passando pelas administrações dos últimos 60 anos.
E então a ‘cobra pode fumar’…
Uma ‘engraçada’ incoerência do prefeito na campanha de 2016:
“Porto União precisa de uma nova “reorxiginação” . Porto União precisa de novas lideranças. Porto União precisa de RENOVAÇÃO, de novas ideais, porque muitas pessoas se acomodaram em suas cadeiras e muitas pessoas não podem mais produzir para a população ideias novas que venham ao encontro do desenvolvimento de nossa cidade. É a renovação que se faz necessária em Porto União, porque não podemos mais ficar com gente em cargos de confiança por tanto tempo”.
(Mas, no começo, um foi mantido… e mais tarde outros foram convocados…)
Tenho gravado essa declaração do atual prefeito, aliás muito bem colocadas na ocasião, já que tinha pela frente um grupo político poderoso formado pelo então PMDB (agora MDB), PP, DEM, além de outros, que acabou derrotando, depois de dois revezes.
Eleito, o Centenário do Município deu grande motivação ao prefeito, que contou com o apoio de toda a comunidade, inclusive do autor do Site (espero que não negue…, porque eu não nego que um dia ele me emprestou seu carro particular para levar um eleitor seu a Florianópolis para um procedimento cardiológico grave).
Na verdade, não como jornalista, mais como cidadão, tivemos alguns bons momentos, como a grande conquista do Castelinho. E meus modestos rascunhos de discursos sempre foram aproveitados.
Em seis anos, dois completando o mandato do falecido Alexandre Passos Puzyna (1998/2000) e quatro (2001/2004) como prefeito eleito junto com Renato Stasiak, administrou com responsabilidade e parcimônia a Prefeitura.
Mas, não sei porque motivo, talvez pelo gosto de se manter no poder ou por outros interesses, ou até mesmo, como me disse um dia, para impedir que a Prefeitura seja ocupada por incompetentes, principalmente pelo seu atual vice Storck, anunciou que seria candidato à reeleição (não vai negar isso…). Como se ele seja o único capaz de administrar Porto União. Será o Donald Trump de Porto União?
Não levou muito tempo para que o vice-prefeito Percy Storck, embora estivesse respondendo por uma das Secretarias mais importantes, fosse alijado de todas as ações da administração. E agora sendo sistematicamente citado como se tivesse realizado suas tarefas sem nenhum interesse.
Uma divergência tão séria que até a história acabou sendo desrespeitada, com a exclusão do nome do vice na placa colocada no monumento do centenário, bem como nas demais.
E não foi só o vice, mas também os 11 vereadores. Eles ficaram fora do monumento que marca a passagem do centenário em 2017, ao contrário da placa no monumento do cinquentenário em 1967, quando o saudoso prefeito Victor Buch Filho (eu estava na comissão) determinou que na placa fossem incluídos desde o presidente da República, governador, presidente da Câmara Municipal e todos os vereadores. Na placa não tem o nome do vice, porque o primeiro vice eleito foi em 1969 – Sérgio Ney Madureira.
Lamentavelmente para as futuras gerações, principalmente do vice e os atuais vereadores, o Centenário de Porto União, no marco histórico, não vão existir. UM DESRESPEITO À HISTÓRIA.
Agora, candidato à reeleição, Eliseu conseguiu reunir nomes que em 2016 foram seus adversários: do PP, PL (ex-PR) e MDB, que eram exatamente aqueles que fundamentam o conteúdo daquelas declarações contundentes dele em favor da renovação.
Três aproveitaram a ‘janelinha’ da legislação eleitoral e se bandearam para o PSDB. Outros permaneceram no MDB, mas aprovaram a coligação com o PSDB, excluindo alguns nomes importantes do partido. Um desistiu de concorrer, dizem que pela promessa de um cargo no Congresso Nacional. Outro – Christian Martins – porque não concordou com a coligação, seguindo a orientação da cúpula estadual do MDB.
Além dos vereadores, a indicação do nome do poderoso e milionário agricultor Érico Rosencheg, que já foi vereador e depois vice-prefeito de Renato Stasiak, eleito em 2004. E agora é vice de Mibachi. Não sei se foi em tão de brincadeira, mas alguém me disse: “está formada uma chapa que reúne o latifúndio urbano e o rural”.
Em 2018, Mibach respeitou a coligação do PMDB e do PSDB para o Governo do Estado, votando e pedindo votos para a chapa Mauro Mariani (PMDB) e Napoleão Bernardes (PSDB). Napoleão está agora filiado no PSD de Percy Storck. Para o Senado apoiou Paulo Bauer (não se elegeu), para a Câmara Federal Marco Tebaldi, que também não se elegeu e mais tarde faleceu; e para a Assembleia Legislativa o médico Vicente Caropreso, que teve com uma votação inexpressiva em Porto União, bem distante do candidato apoiado pelo vice Percy, coronel Paulo Henrique Hemm.
Na presente campanha, que está no final, Eliseu está ao lado do deputado Carlos Chiodini, que tem feito vídeos para as redes sociais de apoio, principalmente para os candidatos a vereador do MDB.
Mas Chiodini está na verdade na contramão daquelas declarações de 2016 de Mibach, porque mantém como assessores especiais na Câmara Federal a esposa do deputado federal Mauro Mariani e o filho do vereador Sandro Calikoski. A esposa de Mariani reside em Joinville e o filho de Sandro estuda em Florianópolis. Será que são “fantasmas”? Está no Portal da Transparência do Congresso.
E, ainda, sobre Chiodini, a questão de sua cirurgia geriátrica paga pela Câmara Federal, mas que ele prometeu ressarcir depois que a imprensa catarinense denunciou. Será que ele devolveu?
Para encerrar, senhor prefeito Eliseu Mibach, candidato à reeleição, lembro a frase de Friedrich Nietzsxche: “Os políticos dividem seres humanos em classes: INIMIGOS E INSTRUMENTOS”.
E pode ter certeza que o cidadão consciente prefere ser inimigo e não instrumento.
E não esqueça que acima do asfalto, dos monumentos, portais e praças, devem ser priorizadas as obras estruturantes, que gerem renda e emprego, educação, saúde, enfim os cuidados com as pessoas, lembrando que Porto União não tem sequer um abrigo para idosos carentes. E, por favor, não faça referências à Fundação Hermon e à ALAC.