Os erros do governador Carlos Moisés da Silva (SC), na analise do jornalista Cláudio Prisco Paraíso

O advogado Marcos Fey Probst, responsável pela defesa de Moisés da Silva no primeiro impeachment na Alesc, protocolou petição junto ao presidente do Tribunal Especial, desembargador Ricardo Roesler, pedindo a suspensão da sessão ordinária do colegiado marcada para esta sexta-feira, 23.

Nesta data, se houver maioria simples pela admissibilidade e sequência do processo, o governador e a vice serão afastados por até 180 dias dos cargos.

Probst baseia seu pedido de suspensão na lacuna existente entre o objeto do impeachment, o aumento salarial dos procuradores do Estado, e a inexistência de uma decisão do Tribunal de Justiça sobre a ação dos próprios procuradores que pede a liberação dos pagamentos. 

TCE suspendeu

O aumento, coisa de R$ 5 mil mensais para cada procurador, está suspenso por determinação do Tribunal de Contas do Estado.

Marcos Fey Probst usa despacho do decano do TJSC, Pedro Manoel Abreu, para alegar a correlação entre o objeto do impeachment e a ação pendente de julgamento no Tribunal de Justiça. Nesta decisão, Abreu negou o pedido de liberação dos pagamentos aos procuradores do Estado. 

Os erros de Moisés

O governador Moisés encontra-se muito próximo de ser afastado do cargo, assim como sua vice no âmbito do primeiro impeachment. O maior erro dele, foram vários, foi se enclausurar no palácio residencial e pensar que poderia governar sozinho, sem buscar a negociação com a Assembleia. 

Democracia

Estamos falando, obviamente, de negociação republicana entre governo e deputados, o diálogo, o atendimento de demandas meritórias e necessárias às bases dos parlamentares.

Ou foi por arrogância ou por inexperiência que Moisés Silva imaginou que poderia simplesmente ignorar o Parlamento. Pudera. De uma hora para outra ele saiu da aposentadoria de Bombeiro Militar para governar o sétimo estado do país. 

Sem bagagem

Outro erro do governador foi já na montagem da equipe. Escalou várias pessoas de boa reputação, corretas, mas desconhecidas do universo político e sem embocadura para o cargo. E a maioria sem trânsito, sem desenvoltura. Transformou o governo em um casulo. 

Virou as costas

Outro erro grave de Moisés da Silva. No estado onde o presidente teve a maior votação proporcional no primeiro turno, ele foi eleito exclusivamente pela onda 17 de Jair Bolsonaro.

Sem mais nem menos, o governador resolveu romper e atacar Bolsonaro. Sem falar que rasgou as bandeiras, as pautas da campanha, que era comuns entre candidato à Presidência e candidato a governador. Nessa toada, perdeu o apoio dos deputados do PSL e da militância bolsonarista. Ou seja, toda a construção foi equivocada.

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