União da Vitória tem mais de duas mil pessoas surdas

 Tatiane Rocha, intérprete na Câmara de Vereadores, usou o espaço para falar sobre a campanha do Setembro Surdo  

Há apenas cinco anos, nascia a Lei número 13.146, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). No papel, ela é quase poética. Na prática, pouco houve em avanços. É que embora a língua seja o grande poder de um povo e sua real identidade, quando ela envolve a comunicação dos surdos, os obstáculos não só existem como se agigantam. “Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação”, diz partes da Lei.  

Foi sobre estes e outros pontos que a intérprete de Libras da Câmara de Vereadores, falou na Tribuna na sessão desta segunda-feira, 28. Conforme Tatiane Rocha, setembro carrega mais uma cor em todas as suas campanhas: o azul, tonalidade que remonta ainda ao tempo da 2ª Guerra, mas que com a evolução das ações, ganham força e espaço. A causa dos surdos, portanto, o Setembro Surdo, é uma delas.  

“No nosso País a Libras é reconhecida como língua”, confirmou a intérprete. É regulamentada também a profissão do tradutor, desde 2005. “Nossa comunidade é grande, e ela envolve os surdos, os familiares, os professores”. Tatiane defendeu a criação de uma política para a inserção das Libras ainda na primeira infância, quando a criança começa a absorver a língua. Ainda, a profissional reforçou a necessidade de se ter essa comunicação especialmente diante de momentos de crise, como é a pandemia da Covid-19 democratizando o acesso da informação.  

A Lei de Inclusão recomenda, entre outras medidas, a disponibilidade de um intérprete em todos os órgãos públicos. Ainda existe um caminho longo para isso se torne pleno, mas, no da Câmara de Vereadores, a de União da Vitória mantém a tradução de toda a pauta para as Libras já há quase cinco anos, traduzindo na íntegra as sessões ao vivo e também as gravações feitas pela TV Câmara, publicadas no site do órgão. A contratação aconteceu junto com um conjunto de ações pró-acessibilidade, que incluiu, entre outras medidas, a colocação de um elevador para o acesso de quem tem dificuldade de locomoção. 

Em União, são 2.183 pessoas surdas ou com alguma dificuldade. No Paraná, a comunidade surda é formada por 535 mil pessoas. Os dados são do IBGE.   

Moção 

Os 27 anos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de União da Vitória foram lembrados com um pedido de Moção de Aplausos aprovado por toda a Casa. A entidade iniciou suas atividades em 22 de setembro de 1993.  

“Nestes anos de trabalho, muitas pessoas tiveram a oportunidade, tal como seus familiares, de estarem recebendo toda a dedicação e amor com que a Apae sempre atua. Através de todos os seus profissionais e demais colaboradores, a instituição trabalha de maneira altruísta, dedicando-se inteiramente, assim como, partilhando de suas experiências, realizando uma troca mútua de aprendizado com aqueles que dela mais necessitam, e exercendo papel indispensável junto a toda comunidade. À instituição toda a admiração e reconhecimento por seus 27 anos de trabalhos irretocáveis”, disse o texto. (Foto e matéria da jornalista Mariana Honesko).

 

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