A metralhadora giratória do governador Carlos Moisés da Silva

Moisés da Silva, que está a poucos dias de ser afastado do governo por até seis meses, resolveu acionar a metralhadora giratória. Chamou coletiva de imprensa     nesta terça-feira (22) para denunciar contrato superfaturado de aluguel no Detran. Um esquema que, de acordo com o atual governo, remontaria há 27 anos. E que nos últimos cinco anos teria gerado R$ 3 milhões em prejuízos ao erário.  Ao que tudo indica, o governador não deve ficar só no Detran.  Tende a colocar boca no trombone em outras frentes, como o sistema prisional, a Saúde, a Secretaria de Administração, a Fazenda, Infraestrutura e, claro, as estatais.

Depois de feitas as denúncias, naturalmente tudo será avaliado pelas autoridades competentes, Polícia, Ministérios Públicos e o Judiciário. Lá adiante é que saberemos a consistência e o real alcance deste petardo do Detran e de outros que possam ser disparados nas próximas horas. 

Claramente, Moisés da Silva está saindo e atirando para o alto. Até porque, o massacre na Alesc foi grande.

Evidentemente que essa nova postura denuncista do governo não muda absolutamente nada em relação ao andamento do processo de impeachment mais avançado.

Data

No dia 9 de outubro, a Comissão Mista Julgadora deve decretar o afastamento do governador e da vice. Talvez essa estratégia de divulgar corrupção que havia em contratos nas mais diversas frentes devesse ter sido adotado mais lá atrás. Antes do julgamento decisivo no plenário da Alesc, onde Moisés da Silva teve apenas seis votos.

Dúvida

Agora, a pergunta que não quer calar é: se não houvesse impeachment, o governador traria estas questões a público?

Aos leões

Como se sabe, a política catarinense não é um convento de freiras carmelitas. Só que agora resolveram sacrificar aquele que talvez  menos tenha atuado de forma enviesada nos últimos anos. O governador errou nos respiradores, no natimorto (a Justiça mandou suspendeu) hospital de campanha que seria instalado em Itajaí. A Polícia Federal está investigando e que se punam rigorosamente os culpados.

União do Colegiado

Em outra frente, os secretários de Moisés da Silva divulgaram uma carta aberta. O texto destaca resultados como a economia de R$ 360 milhões que teria sido feito na pasta de Administração. A  mesma que é alvo da Operação Alcatraz e que já resultou no indiciamento e denúncia de figuras proeminentes por lavagem de dinheiro.

Curriculum vitae

Os titulares do Secretariado também fizeram duras críticas aos opositores de Moisés da Silva. Vale destacar que há figuras sérias, corretas ao longa de suas trajetórias compondo a atual gestão. Há perfis assim na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, na Educação, na Saúde, na Agricultura, na Fazenda, na Infraestrutura e por aí vai.

Ação e reação

O texto também dá uma pincelada na revisão geral de contratos que atingiu beneficiários de esquemas antigos no governo, o que também teria motivado toda a movimentação para o momento atual, com o governador e a vice a um passo da degola.

No meio de toda esta guerra, ainda há quem possa estar avaliando que o governador teria chances de escapar na comissão mista.

Fornada

Não só as chances de Moisés da Silva são remotíssimas na Comissão Mista Julgadora, como já existe outro pedido de impeachment, este sobre o caso dos respiradores, na fila, tramitando. E há outros dois na Procuradoria da Alesc. Então não tem jeito, deu para o governador e a vice. (Cláudio Prisco Paraíso).

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