A “força tarefa” (?…) do prefeito Eliseu Mibach, que parece querer ser o prefeito mais ‘longevo’ da história de Porto União
Não foram poucas às vezes que o prefeito Eliseu Mibach disse para o autor do Site das dificuldades que vinha enfrentando para administrar, não demonstrando nenhum interesse em concorrer à reeleição.
Num desses nossos raríssimos contatos chegou a dizer que não estava nem recebendo os proventos (salário) de prefeito. Será que não está mesmo? Será que fizeram alguma alteração na Lei Orgânica Municipal? Mas se recebe, é porque está na lei e merece.
Mas recentemente, numa longa conversa por telefone, foi categórico ao afirmar que seria candidato à reeleição porque não quer permitir que a Prefeitura passe para as mãos de quem não tem competência para administrar, citando o seu próprio vice-prefeito, que nesta campanha é um de seus adversários.
Até parece que a história para Mibach se repete com seus vices, com dois resultados negativos para ele…
Decidido a concorrer pela quarta vez, com vitórias em 2000 e 2016 e duas derrotas em 2008 e 2012 (de dezembro de 1998 a 2000 assumiu como vice), Mibach acabou formando uma verdadeira ‘força tarefa’, integrada por nomes, pelo menos a maioria com longa história na política e pública de Porto União, começando pelo seu companheiro de chapa a vice-prefeito Erico Rosencheg, que é do MDB, e que já foi vereador e vice-prefeito.
A coligação com MDB, que não teve a “bênção” da cúpula estadual do partido dos ainda chamados “pés-vermelhos”, levou para os braços do prefeito nomes de vários políticos – vereadores e ex-vereadores – que foram seus adversários, principalmente no pleito de 2012, inclusive um do PP, que já passou por vários partidos.
É Luiz Alberto Pasqualin, que só não conseguiu se eleger vereador em 1992, ficando como primeiro suplente e em 2012 quando decidiu concorrer a prefeito pelo Partido Popular, disputando contra o atual prefeito. Venceu a chapa Anízio de Souza (PT) e Aloísio Salvatti (ainda PMDB).
Com cerca de 1.900 votos do segmento do PP, Pasqualin, com a mais absoluta certeza, “brecou” a vitória de Mibach que parecia viável.
No pleito de 2016, Pasqualin foi eleito novamente vereador pelo PP, partido que deixou aproveitando a prerrogativa da ‘janelinha’ permitida pela Justiça Eleitoral, se filiando no PSDB, sendo agora candidato a mais um mandato. É, portanto, um integrante da “força tarefa” do prefeito Eliseu Mibach.
Os outros integrantes da “força tarefa” do prefeito, que, ao dizer que não quer entregar o cargo a qualquer um sem capacidade, parece entender ser o ‘o único capaz de administrar Porto União’, num flagrante desrespeito a centenas de eleitores capazes de ocupar o cargo com a mais absoluta competência.
A ‘força tarefa’ de Eliseu
Alceu Jung (Brasa), que já foi vereador em 2012 e candidato à reeleição em 2016 sem sucesso pelo Democratas, está agora no PSDB. Foi um dos mais fieis integrantes da tríplice aliança PSDB/PMDB/DEM, que em Porto União não contou com a participação dos tucanos.
Vereador Fernando Moreira (primeiro mandato), que deixou o PR/PL e se filiou no PSDB. Eleito pela primeira vez em 2012 é candidato à reeleição.
Gildo Masselai, que já foi do PP, reeleito pelo PSDB em 2016, é candidato à reeleição. Acho que está disputando seu quarto mandato.
Paulo Kowalski foi eleito em 2016 pelo PSDB e é candidato à reeleição.
Osmar Alves Martins era o primeiro suplente do agora MDB, se filiou no PSDB e é candidato ao legislativo.
Élio Weber foi eleito em 2016 pelo MDB e concorre à reeleição. Mas, para prefeito, apoia à reeleição do prefeito Mibach, já que o vice Rosenscheg integra a coligação na majoritária.
Neilor Grabowski, funcionário concursado da Prefeitura, foi eleito em 2016 pelo PMDB (agora MDB) e concorre à reeleição e foi um dos mais obstinados defensores da coligação na chapa majoritária com o PSDB.
Os outros dois vereadores do MDB – Sandro Calikoski e Christian Martins – não concorrem à reeleição. Sandro apoia a coligação, já Christian segue à orientação da cúpula estadual do partido, que não recomendou a coligação em Porto União.
Também a vereadora Salime Farah, que já foi vereadora eleita quatro vezes e vice-prefeita em 1972 pela Arena na chapa do falecido prefeito Alexandre Passos Puzyna, também não concorre mais.
Outro que desistiu de concorrer é o vereador Carlos Roderlei Pinto, atual presidente do Partido Liberal. Deve, contudo, ser um dos principais coordenadores da campanha do capitão Marcos Luciano Colla.
Com todo esse grupo, que realmente parece mesmo uma ‘força tarefa’, em princípio pode parecer fácil a reeleição do atual prefeito, mas os resultados podem ser surpreendentes, não só para os candidatos ao legislativo, mas até mesmo para o executivo.
O sentimento de renovação e até de defenestração de velhas ‘raposas’ da política está cada vez mais viva na mente e vontade dos eleitores e nesses meus mais de 55 anos de vida profissional, já presenciei essa ‘metamorfose’ três vezes.
E, sem a menor contestação, as outras coligações contam com nomes capazes de administrar com competência a Prefeitura e uma lista com nomes novos e sem vícios capazes de ocupar de ocupar o legislativo.