EJUSC atende, em meio virtual, mais de 300 pessoas por meio da RAC
O teletrabalho segue fundamental em tempos de pandemia da Covid-19. Audiências virtuais, conciliações e demais atividades rotineiras do dia a dia fazem parte da rotina da Vara da Família e nos projetos do Centro de Soluções de Conflitos e Cidadania (CEJUSC). A Rede de Apoio CEJUSC/Coronavírus (RAC), criada em meio à crise sanitária, prestou mais de 300 atendimentos, sendo sigilosos, gratuitos e para todos, sem limites geográficos.
“Está sendo um período novo, difícil, mas mantivemos os trabalhos e ampliamos. A RAC foi uma ação estratégica que prestou ajuda para muitas pessoas. Os problemas decorrentes da pandemia ainda persistem e nossa equipe está de prontidão para ajudar. Usando para isso os meios virtuais, confortando as pessoas e encaminhando quando necessário”, explica o juiz da Vara da Família, e coordenador do CEJUSC, Carlos Mattioli.
“Uma boa quantidade destes atendimentos, relativos às manifestações de ansiedade e depressão que a RAC atende, tem trazido à tona questões de violências em que as pessoas foram vítimas. Grande parte de natureza intrafamiliar e muitos casos de abusos sexuais”, explica o magistrado. “O CEJUSC está preparado para acolher todos os tipos de violência de maneira respeitosa, discreta, sigilosa e segura das vítimas. E encaminhar os casos”, frisa.
Uma experiência profissional, forma de ajuda ao próximo e muito aprendizado para as estagiárias de Psicologia do CEJUSC, Leticia Castilho e Luana Charavara. “A RAC foi desenvolvida devido à pandemia para que a gente pudesse atender às pessoas que necessitassem dos primeiros socorros psicológicos”, explica Luana. Ouvindo, trazendo o conforto ou fazendo o encaminhamento necessário para a pessoa superar a situação.
A RAC faz este acolhimento psicológico, nas mais diferentes demandas, sejam elas psicológicas, materiais, assistenciais e jurídicas. “Muitas das pessoas que nos procuram necessitam mais serem ouvidas do que encaminhadas, pois apresentam esgotamento emocional e físico com a nova rotina advinda com a pandemia”, relata Leticia. “O primeiro passo é ouvir, sem julgar e sem interferir muito na fala do atendido”.
Na sequência, vem o acolhimento. “Validando os sentimentos, mas ao mesmo tempo, através do diálogo, mostrando que perante a situação, não estar bem não é uma patologia ou anormalidade e sim algo compreensível e aceitável. Por fim, durante o atendimento, e, averiguado a necessidade, pensa-se juntamente com o atendido, em pequenas tarefas que o mesmo possa realizar e que goste”, acrescenta Leticia.
Isso visa proporcionar momentos de bem-estar, ao acolhido, para durante a semana fazerem parte da sua rotina. “Caso necessário, também, é avaliada a necessidade de encaminhamento psicológico, seja pelo município, para pessoas sem condições financeiras, seja por psicólogos sociais que atuam em parceria com o CEJUSC e diferenciam o preço no valor da sessão”, destaca a estudante de psicologia que atua nos atendimentos.
Muitos educadores procuraram pelo serviço, por conta da necessidade de adaptação e necessitaram do apoio. A perspectiva é seguir com os trabalhos, na comodidade do serviço online. O apoio é gratuito, com plantão em finais de semana e feriados e sigiloso. Tendo grande importância e sendo fundamental para muitos. “Deu um bom retorno e conseguimos fazer diversos encaminhamentos”, reafirma Luana. (Texto da Assessoria do CEEJUSC/Vara da Família).