Com influência do novo líder Ricardo Barros (PP/PR), Centrão socorre governo de Bolsonaro e mantém veto ao aumento para os servidores
Os partidos do bloco conhecido como Centrão votaram majoritariamente nesta 5ª feira (20.ago.2020) pela manutenção do veto do presidente Jair Bolsonaro à possibilidade de servidores públicos terem aumento até o fim de 2021. Caso o veto fosse derrubado, seria uma grande derrota para o governo.
O Planalto se aproxima desse bloco de partidos. A articulação incluiu a indicação de apadrinhados políticos para cargos na administração pública e a possibilidade de influenciar o destino de verbas a órgãos públicos, como o Ministério da Saúde. A liberação desse dinheiro causou confusão entre políticos.
O presidente da República tem a prerrogativa de vetar trechos ou a íntegra de textos aprovados no Legislativo. O Congresso, porém, pode não aceitar. Para isso, é necessária maioria absoluta dos votos tanto na Câmara quanto no Senado. Antes, os senadores votaram pela derrubada.
Entre os principais partidos do Centrão, o que deu o menor percentual de votos para o governo foi o PSD (70,59%). Outros 14,71% não votaram. Para derrubar 1 veto na Câmara, é necessário que ao menos 257 deputados votem pela rejeição (no Senado, etapa já vencida, são 42). Ou seja: o efeito prático de não votar é o mesmo de votar pela manutenção do veto.
O congelamento dos salários dos servidores até o fim do ano que vem foi estabelecido pelo pacote de socorro aos Estados. O texto que saiu do Congresso, porém, abria exceções (como para militares e policiais, entre outros). Houve anuência do governo nesse trecho durante a tramitação. Depois, a equipe econômica agiu e essa parte acabou vetada.
Alguns deputados bolsonaristas ligados às categorias que seriam beneficiados com a queda do veto votaram pela derrubada ou não votaram. O vice-líder do governo Guilherme Derrite (PP-SP), foi contra Bolsonaro. Também o coordenador da Bancada da Bala, Capitão Augusto (PL-SP). Ambos são ligados à Polícia Militar. (PODER360).