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Aliança Pelo Brasil tem 150 mil fichas preenchidas, mas só 3 mil homologadas

Tesoureira do Aliança pelo Brasil –partido que o presidente Jair Bolsonaro pretende criar–, a advogada Karina Kufa declarou ao Poder360 que a sigla tem cerca de 3 mil filiações homologadas pela Justiça Eleitoral. São necessárias mais de 490 mil para consumar a criação da legenda. No entanto, segundo ela, já foram preenchidas 150 mil fichas, que precisam ser entregues.

Como os cartórios eleitorais estão fechados por causa da pandemia da covid-19 (doença causada pelo novo coronavírus), não é possível entregá-las neste momento para apreciação da Justiça.

A advogada disse que trabalha com a meta de 800 mil fichas preenchidas para que o partido seja criado. Isso porque há muitas pessoas que preenchem as fichas, mas não saem de seus partidos atuais. Assim, a mudança partidária não se concretiza. Consequentemente, a Justiça não valida o apoio.

“A gente acredita piamente que até o final do ano a gente consegue lançar e validar as fichas. Principalmente se essa pandemia –até com o ritmo que está acontecendo da contaminação– terminar rápido. Terminando rápido, a gente volta com os eventos e finaliza a entrega das fichas. Finalizando, no TSE [Tribunal Superior Eleitoral] o trâmite é rápido”, disse.

Kufa disse que o Aliança deve fazer 1 evento de apresentação de dados da sigla com toda a equipe do partido. O presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e deputados federais aliados devem participar. Também haverá transmissão em vídeo. Ainda não há uma data para o evento.

“ALTERNATIVA”

Bolsonaro declarou em 19 de agosto a apoiadores que o Aliança pelo Brasil está sendo preparado para a eleição de 2022, quando ele deve tentar a reeleição. Na mesma ocasião, o presidente afirmou que tem “alternativa” caso “dê errado” a criação do partido. O militar já descartou a participação da nova legenda no pleito municipal deste ano.

Kufa afirmou ao Poder360 que o prazo para criar a Aliança é “grande”. Por isso, avalia que a criação será possível. No entanto, disse que “sempre tem que pensar 1 plano B” para viabilizar a candidatura de Bolsonaro.

“Desde já ele tem que ter 1 diálogo bom com alguns partidos para ver essa viabilidade”, afirmou.

Ela mencionou que o advogado Admar Gonzaga (ex-ministro do TSE), que também atua na criação do Aliança, declarou ser possível criar a sigla em 3 meses, por causa da “popularidade” do presidente. Quando fez essa declaração, Gonzaga citou o ex-ministro Gilberto Kassab (Comunicações), que criou o PSD em 6 meses.

“Isso deu 1 pouquinho de desestímulo no nosso grupo. Os deputados falando: ‘Poxa, vocês prometeram em 3 meses, vocês não entregaram…’ Acabou criando uma descrença por parte dos eleitores, por parte dos próprios deputados… Até o presidente fala: Vocês vão conseguir mesmo até o final do ano?”, disse.

Kufa acrescentou:

“Quando ele [Bolsonaro] perguntou de criação de partido, eu falei: ‘Olha, em 2 anos dá para criar’. E aí, quando eu falei isso, o Admar falou: Imagina, a gente faz isso em 3 meses. E, assim, de verdade, ele tem razão. O Kassab fez em 6″, disse.

A advogada também declarou que aceitou o cargo de tesoureira do Aliança por ser uma “missão” dada pelo presidente. Ela disse: “Mas deixei claro desde o início que, assim que o partido fosse formado, eu sairia da formação do partido e abriria espaço para alguém.”

Kufa declarou que, de sua parte, não há disputa de poder dentro da sigla.

“Não tenho o que disputar, porque nunca quis ser dirigente partidária. Vejo a criação da Aliança como uma missão que o presidente deu e tento seguir todas as diretrizes que ele passou de manter a correção em todos os atos do partido”, disse.

Ela não negou, no entanto, que haja disputas internas na nova legenda:

“Agora, obviamente, quando se delega uma função importante, as pessoas veem isso como disputa de poder mesmo e querem ocupar espaço, mas para mim não tem problema nenhum.” (PODER360).

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