Delegados federais cobram que nova direção seja “técnica e republicana”

Depois de uma forte reação à saída de Maurício Valeixo da Polícia Federal , alertando para “uma crise de confiança” na instituição, os delegados federais voltaram a cobrar hoje do presidente Jair Bolsonaro autonomia e mandato para o diretor-geral .

A Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal manifestou no início da tarde apoio ao novo diretor da instituição, Alexandre Ramagem, e ao novo ministro da Justiça, André Mendonça. No entanto, a entidade, que representa 2,3 mil delegados federais, reiterou: “A necessidade de manifestação do senhor Presidente da República quanto ao compromisso público de que o novo Diretor-Geral da Polícia Federal terá total autonomia para formar sua equipe e conduzir a instituição de forma técnica e republicana, bem como o envio urgente de projeto de legislação ao Congresso Nacional, estabelecendo mandato para o cargo de Diretor-Geral e autonomia para a Polícia Federal, nos termos da carta publicada no dia último dia 26.”

Intervenção política

Mendonça e Ramagem assumirão seus cargos em momento tenso, provocado pelas saídas de Moro e Valeixo. O ex-ministro deixou o cargo acusando o presidente da República de tentar interferir politicamente na PF ao trocar o diretor-geral da instituição sem consultá-lo e ao pedir acesso privilegiado a informações sobre investigações.

Veja a íntegra da Nota Pública da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal

A relação de amizade do novo diretor-geral da PF com os filhos de Bolsonaro, também alvos de inquéritos, já levou a oposição a questionar na Justiça a indicação dele para o cargo.

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), representante dos Delegados de Polícia Federal em todo país, deseja ao recém nomeado ministro da Justiça e Segurança Pública, André Luiz de Almeida Mendonça, êxito na condução dos desafios presentes em sua nova função.

A entidade se coloca à disposição para efetiva colaboração com os temas relativos à segurança pública, em especial à atividade de polícia judiciária e ações específicas de combate à corrupção e à criminalidade organizada.

A ADPF também deseja ao novo Diretor-Geral da Polícia Federal, Alexandre Ramagem Rodrigues, uma administração profícua e que traga fortalecimento institucional à Polícia Federal. O Delegado de Polícia Federal nomeado possui qualificação técnica para o exercício do cargo, acumulando experiências em diversos setores da instituição.

O momento exige da PF trabalho árduo, medidas sérias e a demonstração expressa nos atos e nas palavras de que a sociedade continuará tendo todos os motivos para ter a instituição no mais alto conceito de seriedade e excelência técnica de suas atividades constitucionais e legais. Certamente, o novo Diretor-Geral poderá contar com o apoio dos seus pares e da Associação em tudo que fortalecer e proteger o órgão.

Ao ensejo, a ADPF reitera a necessidade de manifestação do senhor Presidente da República quanto ao compromisso público de que o novo Diretor-Geral da Polícia Federal terá total autonomia para formar sua equipe e conduzir a instituição de forma técnica e republicana, bem como o envio urgente de projeto de legislação ao

Congresso Nacional, estabelecendo mandato para o cargo de Diretor-Geral e autonomia para a Polícia Federal, nos termos da carta publicada no dia último dia 26 de abril.

Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal Brasília, 28 de Abril de 2020 .(Congresso em Foco).

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