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Lava Jato repudia e diz ser ‘inconcebível interferência’ de Bolsonaro na Polícia Federal

Os procuradores da Operação Lava Jato, do Ministério Público Federal no Paraná, repudiaram a postura do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em tentar interferir na PF (Polícia Federal). Em nota, a força-tarefa diz que o presidente coloca em risco todo o sistema anticorrupção do país na nomeação de autoridades.

Sergio Moro, em seu pedido de demissão do Ministério da Justiça e Segurança Pública, diz que Bolsonaro exonerou Maurício Valeixo, diretor-geral da PF, em uma ‘interferência política’ para influenciar investigações.

“A operação Lava Jato demonstra que o trabalho do Estado contra a corrupção exige instituições fortes, que trabalhem de modo técnico e livre de pressões externas nas investigações e processos. É inconcebível que o Presidente da República tenha acesso a informações sigilosas ou que interfira em investigações”, diz a força-tarefa.

Além disso, os procuradores revelam que a escolha de pessoas para cargos relevantes deve ser “impessoal, guiada por princípios republicanos e jamais pode ser para interferência político-partidária nas investigações e processos”.

Por fim, a Lava Jato diz que a nomeação de autoridades para interferir investigações é da “mais elevada gravidade”, abrindo espaço para a obstrução do trabalho contra a corrupção e outros crimes praticados por poderosos. 

A íntegra  da Nota dos Procuradores

Os procuradores da República integrantes da força-tarefa da operação Lava Jato do Ministério Público Federal no Paraná vêm a público manifestar repúdio às noticiadas tentativas de interferência do Presidente da República na Polícia Federal em investigações e de acesso a informações sigilosas. 

1. A operação Lava Jato demonstra que o trabalho do Estado contra a corrupção exige instituições fortes, que trabalhem de modo técnico e livre de pressões externas nas investigações e processos.

2. Assim, a escolha de pessoas para cargos relevantes na estrutura do Ministério da Justiça e da Polícia Federal deve ser impessoal, guiada por princípios republicanos e jamais pode servir para interferência político-partidária nas investigações e processos. 

3. Da mesma forma, as investigações devem ser protegidas de qualquer tipo de ingerência político-partidária. É inconcebível que o Presidente da República tenha acesso a informações sigilosas ou que interfira em investigações.

4. A tentativa de nomeação de autoridades para interferir em determinadas investigações é ato da mais elevada gravidade e abre espaço para a obstrução do trabalho contra a corrupção e outros crimes praticados por poderosos, colocando em risco todo o sistema anticorrupção brasileiro. (PARANÁ/PORTAL).

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