Crise da Covid-19 reduz renda de 77% dos mais pobres e só 26% dos mais ricos

Pesquisa realizada pelo DataPoder360, divisão de pesquisas do Poder360, indica que 77% das pessoas sem salário fixo ou desempregadas tiveram renda reduzida em resultado da crise causada pela pandemia da covid-19.

Por outro lado, apenas 26% das pessoas que recebem mais de 10 salários mínimos (equivalente a R$ 10.450) dizem ter sofrido algum impacto econômico por causa da pandemia.

Os dados mostram que quanto mais baixa a inserção econômica do entrevistado, maior tem sido o impacto da crise na renda. Só 15% dos desempregados e sem salário fixo disseram não ter tido a renda prejudicada, contra 71% dos mais ricos, que afirmam estar mantendo suas receitas incólumes neste período.

O levantamento foi realizado em uma parceria editorial do jornal digital Poder360 e o jornal A Tarde, de Salvador (BA). O levantamento teve patrocínio da Associação Comercial da Bahia.

Foram feitos 2 estudos simultâneos –1 nacional e outro apenas no Estado da Bahia, ambos por meio de ligações para celulares e telefones fixos de 13 a 15 de abril.

No levantamento nacional, foram entrevistadas 2.500 pessoas de 512 municípios nas 27 unidades da Federação. Na Bahia, foram entrevistadas 2.500 pessoas em 201 municípios. A margem de erro é de 2 pontos percentuais e o intervalo de confiança é de 95%. Conheça mais sobre a metodologia lendo este texto.

Leia os relatórios completos dos resultados no Brasil (2MB), na Bahia (2MB) e em Salvador (2MB).

Ao todo, a pesquisa mostra que 63% dos brasileiros tiveram o salário ou a fonte de renda prejudicada, 31% não tiveram e 6% não souberam responder.

ROTINA DE TRABALHO

Outro aspecto que evidencia a diferença de impacto da crise do novo coronavírus nas pessoas de diferentes faixas de renda é a alteração na rotina de trabalho.

DataPoder360 mostra ainda que os mais ricos foram os que tiveram uma mudança maior e mais adequada às orientações contra a covid-19.

De acordo com os dados, 80% entre os brasileiros que recebem de 5 a 10 salários mínimos e 70% dos que recebem mais de 10 salários mínimos puderam trabalhar em home office. 

O percentual dos que disseram ter tido a rotina de trabalho alterada por causa da pandemia cai gradualmente entre os que têm uma renda menor ou não possuem renda fixa. Apenas 36% mudaram a rotina, 43% disseram não ter passado a trabalhar em casa.

O que esses números indicam? Que quanto menos recursos tem a pessoa, mais ela teve de manter sua rotina de trabalho, sem poder aderir ao regime de confinamento.

Pessoas nas faixas médias de renda também tiveram menos mudanças na forma de trabalhar. Entre os que recebem até 2 salários mínimos, 53% mudaram a rotina e entre os que recebem de 2 a 5 salários, foram 56%.

No total, 40% dos brasileiros disseram ter passado a trabalhar em casa, 46% disseram não ter tido a rotina alterada.

RETORNO AO TRABALHO

A pesquisa mostra ainda que, considerando o grupo de risco da covid-19 (idosos e portadores de doenças crônicas), 43% dos brasileiros defenderam o retorno de jovens ao trabalho com o uso de máscaras para proteção contra o coronavírus. Já 49% afirmam que todos devem ficar em casa. Apenas 7% não responderam ou não souberam responder.

O percentual de pessoas que acreditam que os jovens devem voltar a trabalhar é maior entre os mais pobres.

Entre os que consideram que jovens devem sair do isolamento, 44% são homens e 46% são pessoas entre 25 e 44 anos e 53% têm só o ensino fundamental e 47% estão desempregados ou não possuem renda fixa.

A região na qual as pessoas mais querem o retorno dos jovens ao trabalho é a Norte (65%). Em seguida, estão Centro-Oeste (54%), Sul (49%), Sudeste (42%) e Nordeste (33%).

Os mais ricos e os que têm maior grau de escolaridade correspondem a 82% e 65%, respectivamente, das pessoas que não querem que os jovens retornem ao trabalho.

AGLOMERAÇÕES

O DataPoder360 mostra que 72% dos brasileiros não pegaram ônibus, metrô ou estiveram em lugares com muitas pessoas nas últimas duas semanas. Apenas 24% afirmaram terem ido a ambientes de aglomerações.

Os mais jovens foram os que mais fizeram uso de transporte público ou estiveram com muitas pessoas. Pessoas de 16 a 24 anos correspondem a 35% do total. Os de 25 a 44 anos, correspondem a 28%.

Além disso, entre os que estiveram em aglomerações, 26% são homens, 31% têm o ensino médio e 25% têm ensino superior.

O Norte foi a região na qual as pessoas mais desrespeitaram (31%) as orientações contra a covid-19. Essa é a 3ª região na qual há mais casos da doença no país: 7.469 até 6ª feira (17.abr.2020).

Em seguida, estão Sudeste (26%), Nordeste (24%), Centro-Oeste (18%) e Sul (16%).

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