Incerteza com o coronavírus lembra dias após 11 de setembro

* Guga Chacra——————–

Vivemos neste momento de proliferação do novo coronavírus uma incerteza similar aos momentos após o 11 de Setembro, incluindo no mercado financeiro. Não houve momento de maior tensão na última década no planeta como um todo.

Embora a OMS ainda não tenha feito um anúncio oficial, a epidemia do novo coronavírus é uma pandemia. Regiões inteiras da Itália, incluindo a cidade de Milão, estão isoladas. O regime do Irã perdeu o controle sobre a disseminação da doença. Bolsas despencando no mundo todo a ponto de o circuito breaker precisar ser acionado em diversas bolsas de valores. Preço do petróleo em queda livre. Setores inteiros da economia em risco de colapso, como o de turismo e aviação. Universidades e escolas cancelando aulas. Supermercados lotados de pessoas tentando armazenar mantimentos.

Depois do 11 de Setembro, vivemos algo parecido. Havia o temor de sermos vítimas de atentados em viagens. Medo de ataques terroristas biológicos. Partes de Nova York precisaram ser isoladas. O inimigo, claro, era diferente. Mas mudou para sempre a forma como viajamos de avião. O mesmo ocorrerá agora, mas ainda estamos distantes de saber da repercussão total.

Não entro na questão do vírus em si. Sequer sabemos a exata taxa de mortalidade. É mais letal para pessoas mais idosas do que a gripe comum, mas não necessariamente em outras faixas demográficas. Para completar, o pânico já está instalado, ainda que venham notícias positivas da China, onde o número de novos casos é 1/20 do valor de um mês atrás e praticamente não haja novos infectados em Pequim e Shangai. Um alento em meio a tantas notícias ruins.

Creio que ainda estejamos distantes do fundo do poço nesta crise. Afinal, o efeito no mercado financeiro em breve chegará à economia real. Talvez seja o fim de um ciclo econômico acelerado pelo coronavírus. Na política, ainda é cedo para dizer. Alguns líderes crescem em crises, como George W. Bush. Aparentemente, este não parece ser o caso, até agora, de Donald Trump. (*Guga Chacra é jornalista).

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