Aos 75 anos morreu, com problemas de câncer, o rabino Henry Sobel

O rabino Henry Sobel morreu nesta sexta-feira, 22, aos 75 anos, em Miami, nos Estados Unidos, onde vivia. Rabino emérito da Congregação Israelita Paulista (CIP), destacou-se como uma “voz firme em defesa dos direitos humanos no Brasil”, conforme destaca nota divulgada pela família. O sepultamento ocorrerá no domingo, 24, em Nova York.

Os familiares informam que Sobel morreu em decorrência de complicações causadas por um câncer. O rabino teve forte atuação na ditadura militar pelo esclarecimento do assassinato do jornalista Vladimir Herzog, também judeu. Junto a D. Paulo Evaristo Arns e ao reverendo James Wright, Sobel celebrou um ofício inter-religioso em homenagem ao jornalista em 23 de outubro de 1975.

A Federação Israelita do Estado de São Paulo transmite condolências à família. A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) fez uma postagem em homenagem ao rabino. “Sobel foi um grande líder espiritual e teve forte atuação na luta pelos direitos humanos no Brasil. Mais do que isto, Sobel uniu famílias”, afirmou a parlamentar.

Sobel nasceu em Lisboa, em Portugal, no dia 9 de janeiro de 1944. Em Nova York, onde a sua família se estabeleceu durante a sua infância, ele se formou rabino em 1970. Ele foi convidado pela Congregação Israelita Paulista para ser rabino no país. No Brasil, ele foi um defensor dos direitos humanos e uma ponte entre as religiões cristãs e o judaísmo.

Em 1985, ao lado de D. Paulo Evaristo Arns e do reverendo James Wright, Sobel publicou um livro após reunir grande parte da documentação da ditadura militar brasileira, chamado “Brasil: Nunca Mais”. O livro expõe a história da tortura no período. Em março de 2008, o rabino publicou um auto-biografia com o título “Um homem, um rabino”. O prefácio é assinado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

O rabino era divorciado e tem uma filha, Alisha Sobel, nascida em 1983, em São Paulo. Sobel foi agraciado com a Ordem do Ipiranga, grau Grande Oficial, pelo governo de São Paulo, em 2010. Quatro anos depois, foi promovida ao grau de grã-cruz pela mesma ordem. (Com informações).

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