Onde aperta o calo do governador do Paraná
* Pedro Ribeiro —–
Há quem sustente que, ao assumir o Palácio Iguaçu, em janeiro de 2019, o governador Ratinho Junior teve a seguinte recomendação do pai, o empresário e apresentador de televisão, Carlos Massa (Ratinho): “faça tudo dentro da lei e mantenha sua conduta de homem público, voltado aos interesses do Estado e às demandas da população, com ética, responsabilidade e acima de tudo honestidade”.
O recado do pai tem sentido, porque qualquer desvio de conduta pode colocar em risco o patrimônio da família, conquistado com muito trabalho, inclusive com a ajuda do filho que dirigia parte das empresas do grupo.
Ratinho Junior vem cumprindo a orientação do pai e começa a se preocupar, não com sua conduta, mas com as ações periféricas em seu governo e com as próprias ciladas que o executivo pregado em seu gestor em relação a orçamentos, arrecadações e investimentos. O compromisso é grande com a população e governador sabe que não pode errar.
Até o momento, pelo que se tem conhecimento, Ratinho Junior ainda não precisou demitir nenhum secretário de estado, a não ser mudar a direção da Secretaria da Fazenda, justamente porque ali estaria reservado o sucesso do seu governo. Sem arrecadação não existe dinheiro para investimentos e isso pode afetar toda a pirâmide administrativa do governo.
Foi justamente na Secretaria da Fazenda que acendeu luz amarela para o governador. A queda em perto de R$ 5 milhões na arrecadação, poderá comprometer investimentos em toda a cadeia administrativa do governo, em especial nas áreas básicas como saúde, educação e segurança pública.
È claro que Ratinho Junior pode buscar recursos no Governo Federal mas também sabe que ali a fonte está seca e que não pode comprometer o futuro do Estado com dívidas.
Foi com ciência dessa situação e já prevendo situação desconfortável no futuro que o governador resolveu encarar com frieza e dentro da realidade a negociação salarial com os servidores públicos, mesmo sabendo que poderia lhe custar perdas políticas.
Falta saber, agora, se o Governo do Estado terá recursos para pagar os reajustes prometidos aos servidores públicos.
A ordem, novamente, é economizar com gastos públicos, reduzindo a máquina. E, pelo jeito não tem mais de onde tirar, pois tudo o que poderia ser feito, já foi feito. (* Pedro Ribeiro é um dos mais respeitados jornalistas do Paraná).