Ex-presidente de Lula reconhece que Lava Jato teve méritos e justifica ‘recusa’ pelo semiaberto

Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu que a Lava Jato teve méritos. Em entrevista ao canal RT, da Rússia, publicada em sua página neste domingo (6), o ex-presidente contrariou a operação sobre a sua prisão e justificou a ‘recusa’ pelo regime semiaberto.

“A Lava Jato enquanto uma operação de combate à corrupção, teve mérito em algumas coisas. Prendeu gente que confessou que roubou e todo mundo que roubou tem que ser preso. O que estou contra é transformar uma operação policial em uma operação política partidária para tentar evitar que o Lula fosse presidente da República”, avaliou.

Apesar de ter sido condenado nos casos do triplex do Guarujá e no sítio em Atibaia, Lula sempre se disse inocente. Ele se baseia na tese que foi perseguido politicamente para não concorrer às eleições de 2018.

Tentando comprovar isso, o petista ainda usou o livro “Nada menos que tudo” de Rodrigo Janot, que conta com um capítulo sobre como ele era visado pela Lava Jato. Na obra, o ex-procurador geral da República ainda confessa que entrou armado no STF para matar o ministro Gilmar Mendes.

“Leia na página 182, onde ele diz ‘o objeto de desejo chamado Lula’. Eu era uma espécie de Copa do Mundo para a Lava Jato. Eles queriam me conquistar porque era uma obsessão me trazer para Curitiba”, completou.

Na semana passada, Lula  decidiu que não vai aceitar a progressão para o regime semiaberto após o MPF (Ministério Público Federal) pedir à Justiça o petista comece a cumprir a pena em prisão domiciliar.

“A hora que eu aceitar a progressão, estou aceitando a ideia que eu cometi um crime e por isso estou sendo beneficiado. Quem cometeu crime foi quem me condenou. Quero sair daqui de cabeça erguida”, comentou Lula.

“Não sei se a juíza pode forçar a cumprir. O que eu sei é que estou brigando pela minha inocência. Fui vítima de um julgamento político. Por isso estamos recorrendo a todas as instâncias necessárias, para que seja lido o inquérito e para que eu saia daqui livre como um passarinho. Quero sair daqui com minha inocência 100% comprovada”, completou.

Ele aguarda pelo julgamento do seu pedido de habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal). A tese é baseada na suspeição do ex-juiz Sergio Moro, atual ministro da Justiça e da Segurança Pública.

Lula foi preso no dia 7 de abril de 2018, quando se entregou à Polícia Federal em São Paulo e acabou transferido para Curitiba após ser condenado, em segunda instância, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo relacionado ao triplex do Guarujá.

Além disso, Lula também já foi condenado em primeira instância em uma ação penal que tratava sobre propinas pagas por meio de reformas de melhoria em um sítio em Atibaia, no interior de São Paulo. (Com informações).

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