Depoimento de ex-diretor da Petrobras pode complicar a vida de Dilma Rousseff
A seção Radar, da revista Veja, publicou na semana passada o conteúdo do depoimento de Renato Duque, o ex-diretor de Serviços da Petrobras preso pela Lava-Jato por operar propinas para o PT na estatal.
No interrogatório na Justiça Federal do Paraná, Duque afirmou que a ex-presidente Dilma Rousseff pediu pessoalmente a ele que continuasse operando para o PT na Petrobras, quando ele anunciou a saída da companhia.
“Eu saí da Petrobras porque eu quis. A própria Dilma pediu para eu continuar na Petrobras… Ela queria que eu continuasse na Petrobras para arrecadar dinheiro para eleição de 2012”, disse Duque.
Depois dessa fala, Dilma reagiu às declarações com uma longa nota em que acusava Duque de faltar com a verdade. “O senhor Renato Duque mente. Jamais manteve contato estreito ou próximo com Dilma Rousseff nem nunca tratou com ela ou qualquer assessor próximo dela de assuntos referentes à arrecadação de recursos para campanhas eleitorais.
Dilma ainda desafiou o ex-diretor. “O senhor Renato Duque terá de apresentar provas do que fala, caso contrário deveria ter sua delação premiada invalidada”, disse.
Duque, que já obteve benefícios como delator em acordos pontuais, tenta ainda hoje fechar uma delação definitiva que o tire da cadeia. Na proposta apresentada à força-tarefa da Lava-Jato, ele juntou a foto que ilustra esta nota. Inédita, a imagem mostra o operador do PT em clima amistoso com Dilma Rousseff no gabinete presidencial, quando, segundo a proposta de delação, uma comprometedora conversa ocorreu.