Lamentável incidente, mostra que a utilização da histórica Estação Ferroviária “União” deve ser reconsiderada

Não foram poucas as matérias postadas neste Site e até em outros meios de comunicação, sobre a necessidade da histórica Estação Ferroviária “União” ter um tratamento especial dos poderes públicos.

Mas claro que prefeitos, vices, vereadores e gestores (que são muito bem remunerados com o dinheiro público, além de outras vantagens…) não leram as postagens, porque a preservação da nossa história e do nosso patrimônio histórico não trazem os ‘volumes’ de votos que eles necessitam. Mas esquecem que  ‘cidade que não preserva a sua história e seus patrimônios históricos, não tem futuro’.

Mas entre eles existem algumas exceções, felizmente. Mas com certeza virão duras críticas ao responsável pelo Site. Mas isso não me preocupa. 

“Essa imóvel, único no país, deveria ser transformado num ‘templo’ da linda história da região de vocês”. 

Foi o que me disse meses atrás um jornalista de São Paulo que tem vindo com frequência à nossa região para colher informações sobre a guerra do Contestado e a definição dos limites dos estados do Paraná e de Santa Catarina. 

Tombado para o patrimônio histórico dos dois Estados, a Estação “União”, assim denominada para simbolizar a unidade das cidades de União da Vitória e de Porto União, que já foram Porto União da Vitória até 1916, foi construída na metade do século passado, contando inclusive com um túnel que liga os dois estados – o único do país.

A metade paranaense foi adquirida da RFFSA (já extinta) pela Prefeitura Municipal na primeira gestão do prefeito Hussein Bakri, sendo revitalizada com o apoio técnico e financeiro do Governo do Estado.

Mas no decorrer das gestões seguintes acabou não teve o tratamento que merece e os problemas aparecem no imóvel, inclusive na sua cobertura.

Lamentável a situação do passeio de acesso à Estação do lado paranaense, inclusive com uma antiga árvore exótica cujas raízes estão impedindo a passagem de pedestres e que pode a qualquer momento cair em cima de parte do prédio. A árvore precisa ser suprimida e o passeio restaurado.  

E a plataforma, revitalizada na gestão do prefeito Hussein Bakri, o piso está afundando.

A metade do lado catarinense está agora sob à responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura (DNIT). Recentemente o prefeito Eliseu Mibach informou que está negociando com o órgão a transferência do imóvel para o Município de Porto União. Mas não sabemos em que pé estão as negociações.

Assim como está acontecendo com a Maria Fumaça 310, que está “apodrecendo” na Praça do Contestado.

Do lado paranaense, na parte superior do imóvel, está a sede da Secretaria Municipal de Cultura, uma sala para reuniões de entidades que nada tem a ver com a cultura e um auditório.

No primeiro piso uma ampla sala que tem sido utilizada adequadamente para exposições e uma pequena e desconfortável sala ocupada pela Academia de Letras do Vale do Iguaçu e também um espaço amplo para os mais variados eventos, denominado de ‘bistrô’, que durante muito tempo foi utilizado (não sei se ainda é) para atividades ligadas à cultura gastronômica, mas que pelo que temos visto são para frequentes ‘festas’ de grupos sem nenhuma ligação com o segmento cultural.

Essa sala está sendo reivindicada pela ALVI, que precisa de mais espaço para sua ampla biblioteca e não conta sequer com sanitários. Mas os pedidos feitos não tem merecido a mínima atenção dos responsáveis pelo setor cultural de União da Vitória.

Talvez providências já tenham sido tomadas, mas em recente período de chuvas, as goteiras eram fartas no piso superior do prédio.

Do lado catarinense, o segundo piso é ocupado por uma Escola de Dança (correto) e o plenário da Câmara Municipal. E o primeiro piso é totalmente ocupado (indevidamente…) pelo Legislativo.

Não sei se a informação tem fundamento, mas parece que a intenção da Prefeitura de Porto União é transferir a Festa Nacional do “Xixo” e Steinhaeger vai ser transferida para o Parque do Centenário no Bairro Santa Rosa. Iniciativa correta, pois, afinal, apesar de todos os cuidados, esse evento acaba causando danos ao valioso patrimônio histórico.

Nada, absolutamente nada, contra a Festa Gaúcha, que tem forte relação com a nossa história e cultura. Mas por que foi realizada na Estação ‘União’? Afinal, não temos um grandioso Centro de Tradições Gaúchas? 

Louvável o trabalho que vem sendo realizado pelo empresário/vereador Élio Weber em favor da recuperação da 310 e o trecho da ferrovia rumo a Nova Galícia, mas parece que ele está encontrando dificuldades. Espero que supere, graças à algumas empresas que confiam no seu trabalho.

Os detalhes daquele incidente lamentável ocorrido no evento do final de semana, não me interessam. Minha preocupação é com a preservação da histórica Estação “União” que, como disse meu colega paulista, deveria ser o “o templo da rica história da região”.

Por isso, longe de ser utilizado para eventos festivos, alguns que inclusive incentivam o excesso do consumo de bebidas alcoólicas, o apelo para os poderes públicos municipais voltem suas atenções para esse imóvel histórico, considerado único no Brasil. 

E quem sabe até uma atenção dos Ministérios Públicos de Porto União e de União da Vitória.



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