Operações bombásticas em Santa Catarina da Polícia Federal mostram desvios milionários na Celesc de 2009 a 2017

Depois das duas bombásticas operações federais em Santa Catarina no primeiro semestre, tendo a PF na linha de frente, ontem foi a vez da Polícia Civil deflagrar a Curto-Circuito, baseada em mais de dois anos de investigações sobre desvios milionários na Celesc. O montante surrupiado dos cofres da companhia chega a R$ 17 milhões em valores corrigidos.

Os agentes cumpriram 20 mandados. Três pessoas estão presas, mas os nomes não foram divulgados.

O esquema criminoso, segundo a polícia, funcionou por longos oito anos, de 2009 a 2017. Ou seja, se iniciou na transição dos governos de Luiz Henrique da Silveira e Raimundo Colombo.

Alcance

A partir da minuciosa investigação, que culminou com as prisões e apreensões de documentos, equipamentos eletrônicos e até dinheiro, certamente os Civis terão todas as condições de desbaratar a quadrilha inteira, caso existam mais envolvidos.

Fio da meada

Neste primeiro momento, tudo leva a crer que os detidos ontem são aquilo que se chama de café pequeno. Haveria peixes grandes por trás de mais esta engrenagem criminosa.

Sofisticação

Quem acompanha mais de perto o desfecho da Operação Curto-Circuito tem se impressionado com a engenharia de corrupção montada por essas figuras já identificadas e detidas. Também causa estupefação o fato de o setor contábil da Celesc ter permanecido oito anos sem identificar os desvios milionários.

Déjà vu

O modus operandi da quadrilha que começa a ser desbaratada pela Polícia Civil lembra um caso mais antigo, que remonta à época em que o MDB voltou a governar SC com Luiz Henrique da Silveira  (2003-2010), e que foi batizado de Monreal. Era o nome da empresa contratada para fazer medições da Celesc. Mais de R$ 100 milhões teriam sido roubados naquele período. E até agora não houve desfecho, nem policial, nem judicial a respeito.

Duas frentes

O caso Monreal motivou dois processos judiciais. Uma Ação Civil Pública e outro processo no contexto da moralidade pública. Segue tudo no ar. Os inquéritos foram esquecidos, dormitam em alguma gaveta e não se tem notícia de movimentações processuais acerca das ações judiciais embora já tenha havido até indisponibilidade de bens de figuras proeminentes, do alto escalão da política Barriga-Verde. (Cláudio Prisco Paraíso).

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