Governador Carlos Moisés da Silva sugere que Lava Jato seja total e irrestrita em Santa Catarina

Moisés da Silva foi enigmático em trecho destacado da entrevista exclusiva que concedeu ao SBT Meio Dia e que foi ao ar ontem, segunda-feira.

A certa altura, o companheiro de bancada, jornalista Fernando Machado – que conduziu muito bem a entrevista –, quis saber como o governador havia encarado as duas recentes Operações contra a corrupção em Santa Catarina– Chabu e Alcatraz.

O chefe do Executivo revelou que acompanhou tudo com muita tranquilidade e deixou claro que pode ter conhecimento de que as investigações vão se aprofundar e tomar amplitudes quase que inimagináveis.

Nos bastidores, sabe-se que Moisés tem sido parceiro das forças-tarefas, determinando a abertura total dos dados aos investigadores.

Com especial atenção à Fazenda e à Saúde, duas das áreas mais nevrálgicas da administração estadual.

Helton Zeferino, o titular da Saúde, inclusive já baixou uma portaria mandando investigar as indícios de irregularidades, de superfaturamentos que ocorreram ali.

Este, aliás, é um assunto (focos de corrupção na Saúde) que se comenta reservadamente há décadas, incluindo possível superfaturamento até na compra de próteses. Dá uma ideia ao ponto que chegamos, da desfaçatez e ousadia dos ladrões do dinheiro público!

A postura misteriosa, porém deveras sugestiva, de Moisés da Silva acerca da roubalheira que pode ter imperado, vem a reforçar as apreensões de muita gente boa, sobretudo de figuras que compuseram governos a partir de 2003.

FRASE

“Só o começo de uma grande investigação que está a caminho e que vai mostrar para muitas pessoas que a ferida é mais profunda” Moisés da Silva, ao ser questionado sobre as Operações Chabu e Alcatraz

Projeção

De acordo com a projeção do chefe do Executivo estadual, aquela dívida na Saúde, que chegou a ser bilionária, estará totalmente quitada até o fim do ano. É uma grande notícia.

Transparência

Pelas decisões já tomadas nestes quase sete meses de gestão e pela criação da Controladoria Geral do Estado e da Secretaria de Governança, Moisés da Silva está entregando aquilo que prometeu em campanha na seara da transparência e da lisura. A condução mostra a clara disposição do governo em não deixar nada oculto.

MDB

Apesar de ter conversado com lideranças do MDB em algumas oportunidades, o governador sinaliza que não quer o partido no governo. Ele deseja os votos emedebistas – são nove – na Assembleia. Até porque, muitas coisas que estão sendo descobertas e que podem deixar até o mais cético dos espectadores de cabelos em pé foram produzidas em 2018, ano que um emedebista pilotou Santa Catarina.

Metade

Textualmente, Moisés da Silva revelou a Fernando Machado que mandou rever um contrato que estabelecia a entrega de 300 itens mediante determinado valor ao mês. Na prática, contudo, só eram entregues 150 unidades, ou seja, exatamente a metade. Superfaturamento de 100%.

Frieza

Moisés da Silva mantém distância calculada de Jair Bolsonaro. Embora tenha sido eleito na onda que guindou o ex-deputado à presidência, ele foi absolutamente lacônico sobre a relação entre governador e o atual inquilino do Planalto. “Boa,” limitou-se a responder, afirmando, ainda, que não tem e não quis ter o WhatsApp presidencial. (Cláudio Prisco Paraíso).

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