Greve dos servidores do Paraná tem manifestações nesta segunda-feira (01) em Curitiba

Depois de uma semana intensa de mobilização, servidores(as) públicos em greve seguem ampliando a adesão ao movimento em todo o estado. Nesta segunda-feira (1º) trabalhadores(as) ocupam o centro de Curitiba em ato unificado das categorias.

A concentração teve início às 9h na Praça Santos Andrade. De lá, os(as) funcionários(as) seguem em caminhada até o Palácio Iguaçu. Os(as) servidores(as) aguardam uma mudança na postura autoritária do governador Ratinho Junior (PSD) e a abertura de uma mesa de negociação.

Professores(as), funcionários(as), policiais e profissionais de outras categorias estão com os rendimentos congelados desde 2016. A reivindicação é de 4,94%, referente a inflação dos últimos 12 meses, mais a negociação dos atrasados. A defasagem acumulada passa de 17%. O cálculo das perdas é equivalente a não receber mais de dois salários por ano.

Os(as) trabalhadores(as) denunciaram ameaças feitas pelo governo, como desconto nos salários e até demissão para quem aderir à greve, além de orientação para cancelar matrícula de estudantes. Para o sindicato, as práticas são ilegais e tem o objetivo de tentar frustrar o movimento.Sexta-feira (28), o quarto dia da greve foi marcado pela realização de novos atos públicos em todas as regiões do estado. Em Curitiba, o protesto aconteceu em frente a Secretaria de Estado da Educação (Seed).

“Infelizmente o governador tenta colocar a sociedade contra os servidores, dizendo que para repor os salários seria necessário aumento de impostos. Isso não é verdade e nós já provamos que o estado tem condições. O próprio governador sabe que é possível. Ele fez campanha eleitoral prometendo pagar a data-base”, destacou o presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Leão.

A manifestação se repetiu em todos os Núcleos Regionais da Educação espalhados pelo estado. Em Maringá, mais de três mil foram às ruas. Segundo levantamento do Sindicato, quase 90% das escolas participam da greve, parcial ou totalmente, e mais de 50% da categoria já aderiu ao movimento.

Ainda no interior, na Universidade Estadual de Maringá (UEM), que também está em greve, o Conselho de Ensino e Pesquisa deliberou pela suspensão do calendário acadêmico.

Ratinho prometeu

Durante a campanha eleitoral, Ratinho Junior prometeu pagar o direito dos(as) servidores(as). Afirmou em entrevista à imprensa que o compromisso seria cumprido em um dos primeiros atos do seu governo. Passados seis meses de gestão, o governador não se reuniu com os sindicatos e tem protelado o pedido, sucessivamente.

De acordo com os estudos orçamentários do Fórum das Entidades Sindicais, elaborados pelo economista Cid Cordeiro com base em dados oficiais da Secretaria da Fazenda (Sefa), o governo possui todas as condições para atender a reivindicação dos(as) servidores(as).

Cid garante que o pleito dos(as) trabalhadores(as) não oferece risco para as contas públicas do estado. Segundo o especialista, os relatórios da Sefa mostram que o gasto com pessoal é o menor dos últimos 10 anos. Em março deste ano, a imprensa oficial destacou que o Paraná lidera o ranking nacional de saúde financeira.

Pauta unificada

Pagamento da Data-base;
Retirada do Projeto de Lei Complementar 4/2019 da ALEP que destrói a carreira do funcionalismo público estadual;
Abertura de concurso público;
Defesa da Previdência Pública;
Humanização da perícia médica no Estado;
Melhores condições de atendimento da saúde dos(as) servidores(as);
Garantia do direito de greve e retirada das faltas atribuídas ilegalmente;
Concessão de licenças especiais.

Eixos da pauta específica

1) Contra o Desmonte da Escola Pública.
2) Melhores Condições de Trabalho.
3) Valorização Profissional.
4) Defesa da Previdência Pública.

Pauta Específica:
• defesa do Piso Nacional;
• realização de concurso público e manutenção do processo de seleção de professores(as) PSS, conforme vigência atual;
• pagamento do piso mínimo regional e reajuste do auxílio-transporte e alimentação para os(as) funcionários(as) de escola;
• manutenção, conforme o previsto em lei, do processo de eleição de diretores(as) de escolas;
• defesa da jornada de trabalho em horas-aula para os(as) professores(as), pedagogos(as) e readaptados(as) e da hora-atividade;
• contra o intervencionismo pedagógico nas escolas (tutorias, Prova Paraná, controle de frequencia dos(as) estudantes, pressão por resultados, Escola Segura entre outros.)
• abertura de novas turmas do PDE e manutenção do Pró-funcionário, que são programas estruturais e permitem avanços na carreira.(Com informações da APP/PR).

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