Policiais civis e militares não vão aderir a greve, mas apenas cumprir as 40 horas normais

Policiais civis e militares fizeram no início da tarde desta segunda (24) um ato simbólico com a entrega de 300 viaturas com necessidade de manutenção ao governo do Estado. A concentração foi às 13 horas no Parque Barigui, de onde os policiais seguiram em carreata até o Palácio Iguaçu, no bairro Centro Cívico.

A ação marca o início das paralisações por reajuste salarial de cerca e 20 categorias, entres eles de policiais civis, militares, agentes penitenciários, professores, servidores da área de saúde. Eles reivindicam um reajuste salarial referente à inflação dos últimos 12 meses, que representa 4,94%.

As categorias, porém, afirmam que o congelamento já representa perdas salariais que alcançam os 17%.  “O principal objetivo da carreata da Polícia Civil, por todas as categorias, é chamar a atenção do governo e da sociedade que a polícia que protege a cidadão está em crise, está sem condições de trabalho” Mostrar ao governador e à sociedade que precisamos ser tratado com dignidade, que começa com a data-base”, disse o presidente daAssociação dos Delegados de Polícia do Estado do Paraná (ADEPOL-PR),  Daniel Fagundes.

A categoria propõe 4,94% agora, 1% em outubro e 1% em novembro e o restante parcelado nos próximos três anos. “Nem pedimos todo o aumento agora. Estamos dispostos a ajudar o governo nesta crise, mas estamos sendo ignorados, enquanto as grandes empresas ganham isenções fiscais às custas do trabalho do servidor”.  Os policiais civis não vão entrar em greve, mas vão apoiar o movimento e decidiram tomar algumas medidas, como cumprir rigorosamente a carga horária. “Diante da falta de policiais, em vez de trabalharmos 40 horas semanais, chegamos a 100 horas semanais. Isso não terá mais”, diz Fagundes.

Reuniões

Pela manhã, policiais civis e militares se reuniram para definir nova pauta de reação a declarações do governador Ratinho a respeito das dificuldades do caixa do governo em dar o reajuste pleiteado pela categoria e demais servidores. Na reunião foram definidas as estratégias para a paralisação da categoria, que pede o valor que não é reajustado desde 2016.

A partir desta terça-feira (25), as delegacias vão funcionar de acordo com a legislação de carga horária dos profissionais. “Nós vamos aos poucos implementando essas medidas, porque nossos policiais estão acostumados a trabalhar 50, 60 horas semanais. Então estamos orientando nossos policiais a cumprir, quem trabalha em regime de plantão, as 40 horas semanais e ir embora para casa. Quem trabalha em regime de expediente cumpre às 8 horas diárias de segunda a sexta e vai embora para casa”, ressaltou Fagundes.

A reunião foi na sede Associação dos Delegados de Polícia do Estado do Paraná (ADEPOL-PR). Estiveram presentes à mesa de reunião representantes das entidades dos Praças e Oficiais da Polícia Militar, dos Agentes Penitenciários, Investigadores, Escrivães, Papiloscopistas e Delegados de Polícia. “A cada declaração infeliz do governado Ratinho as coisas ficam mais difíceis. Todos sabemos que o estado está em plenas condições de ordenar aquilo que é de direito dos servidores. Não vamos recuar”, declarou Fagundes.

Na última quinta-feira, 20, o governador Carlos Massa Ratinho Junior comentou a questão do reajuste dos servidores. Em entrevista coletiva concedida em Londrina, Ratinho Junior afirmou que o seu desejo é dar o reajuste aos servidores, a data-base, mas que o problema é que o governo não tem dinheiro. “Estamos fazendo esforços, cortando mordomias para construir um projeto que permita, daqui a alguns meses ou no ano que vem, dar reajuste aos funcionários. Minha função como governador é cuidar do equilíbrio e garantir saúde financeira ao Estado”, disse. (Bem Paraná).

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