Empresa de manutenção de veículos é suspeita de causar R$ 125 milhões de prejuízo ao Governo do Paraná

A Polícia Civil do Paraná (PC) deflagou, nesta terça-feira (28), a operação “Peça Chave”, que investiga diversos crimes praticados por pessoas ligadas à empresa JMK, responsável pela manutenção de veículos oficiais do Estado do Paraná. Conforme as investigações, a atividade criminosa estaria ocorrendo desde o início da execução do contrato. O prejuízo aos cofres públicos é estimado em mais de R$ 125 milhões.

São cumpridos 15 mandados de prisão temporária e 29 mandados de busca e apreensão. Mais de 100 policiais civis participam da ação em Curitiba. Também estão sendo cumpridas ordens judiciais para bloqueio de contas bancárias e apreensão de 24 veículos de luxo utilizados pela organização criminosa. Os mandados foram expedidos pela 8ª Vara Criminal de Curitiba.

A investigação aponta que os responsáveis pela JMK, teriam estabelecido uma sistemática que envolvia a falsificação e adulteração de orçamentos de oficinas mecânicas, de modo a elevar o valor do serviço prestado, provocando superfaturamentos que chegam à 2450%. Além disso, utilizariam peças do mercado alternativo, de qualidade e preço inferior, na manutenção de ambulâncias e viaturas policiais, cobrando do Estado como se fossem peças originais.

“Tivemos uma estimativa de que o Estado sofreu prejuízo estimado em dezenas de milhares de reais. Nós já temos um quadro geral do que perfaz a atuação criminosa dessa empresa. A JMK firmou um contrato com o Estado do Paraná é uma empresa que está registrada no nome de duas pessoas que são laranjas enquanto os verdadeiros proprietários são ocultos e estava gerindo a empresa para lesar os cofres da administração pública do Paraná”, destaca o delegado Silvio Jacob Rockembach.

Os líderes do esquema teriam criado uma complexa estrutura, que envolve “laranjas”, dezenas de familiares e empresas de fachada, para ocultar e dissimular a origem criminosa do dinheiro.

“Foi necessária a criação de uma estrutura muito bem organizada pelos sócios ocultos para ocultar e dissimular os patrimônios. Os verdadeiros donos, que andam com carros de luxo, viajam para o exterior, vão a corridas de carros, todos eles, constam como meros funcionários da JMK. Foram feitos milhares de depósitos cruzados com destinatário final esses sócios ocultos”, explica o delegado Guilherme Dias.

Segundo as investigações, a organização criminosa teria praticado os crimes de fraude à licitação, falsidade ideológica, falsificação de documento particular, inserção de dados falsos no sistema, fraude na execução do contrato e lavagem de dinheiro.

Em nota, a JMK afirma que os contratos são transparentes e a economia do contrato quando comparado com a gestão de veículos anterior gira em torno de R$ 60 milhões.

“O sistema implantado pela JMK no governo do Paraná conta com grande transparência e economia, o que contraria muitos interesses que estavam estabelecidos antes da assinatura do contrato. Antes da JMK, a manutenção da frota estava centralizada em apenas 37 oficinas. Hoje são 1088 em todo o estado. No ano anterior a entrada da JMK (2013), o Paraná gastou R$ 71 milhões na manutenção da frota. No ano passado, o valor ficou em R$ 43 milhões. Ao longo do contrato foram economizados mais de R$ 60 milhões dos cofres públicos. Antes da JMK, a ordem de serviço era iniciada com apenas um orçamento. Hoje são três que entram no sistema para escolha dos gestores. Todo processo é acompanhado online pelo TCE, que tem a senha do sistema. Todas estas informações estão fartamente documentadas e serão levadas à Justiça, comprovando que o trabalho da JMK sempre foi realizado totalmente dentro da lei”, diz a nota. (PARANATOTAL).

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