Criada comissão destinada a retomar as discussões para descongelar os salários dos servidores públicos do Paraná
Como resultado da reunião entre lideranças sindicais e integrantes do governo nesta segunda-feira (29) foi criada uma comissão para retomar as discussões sobre o descongelamento de salários de servidores públicos estaduais do Paraná. O governo, que até agora sinalizava por manter o congelamento, cedeu aos servidores e concordou em retomar uma negociação. A partir do dia 1º de maio, data-base do funcionalismo, as perdas chegam a 17% dos salários que deixaram de ser corrigidos pela inflação desde 2016.
A reunião desta segunda-feira (29) foi realizada no Palácio Iguaçu, sede do governo estadual, e conduzida pelo vice-governador Darci Piana. Em acordo com servidores, o governo aceitou criar a comissão formada por cinco membros do Fórum das Entidades Sindicais (FES), técnicos das secretarias da Fazenda e da Administração, representantes da governadoria e deputados estaduais.
”Foi restabelecido o diálogo. Hoje foi um momento histórico Todos os servidores, com sindicatos que representam diversas categorias, estavam sentados conosco conversando, abrindo novamente o diálogo. O Estado tem dificuldade para cumprir com aqueles compromissos que já estão atrasados, 2017 e 2018, e mais a data-base de agora. Então, foi estabelecida uma comissão, que vai tratar desses assuntos para resolver isso ao longo do mês de maio para que a gente possa encontrar uma saída que seja bom para os dois lados”, afirma o vice-governador.
A comissão, que se reunirá nesta terça-feira (30) à tarde pela primeira vez, deve elaborar ao longo do mês uma proposta em comum acordo por reajuste. Por enquanto, os cerca de 20 sindicatos envolvidos decidiram não marcar assembleias para maio. A intenção é aguardar o resultado da retomada de negociação.
“Foi feita uma comissão que se reúne a partir de amanhã. Ela é formado por deputados, servidores e governo. Saímos do zero, pelo menos. governo anunciou que vai retomar a discussão e admitiu que é possível uma correção ainda neste ano”, afirma o secretário de Comunicação da APP-Sindicato, Luiz Fernando Rodrigues.
Os professores do Paraná, categoria mais numerosa do funcionalismo, têm uma assembleia marcada para junho, quando devem analisar a proposta do governo que sairá da comissão mista.
Entre reivindicações diversas, de mais de 10 sindicatos, a principal é o descongelamento dos salários defasados em 16% de inflação que deixou de ser paga, chegando a 17,02% a partir da data-base, que é na próxima quarta-feira (1º). A proposta que os sindicatos apresentaram é de ao menos um reajuste de 4,8% neste ano, referente a inflação de 12 meses, e uma negociação em relação ao passivo dos 11,53% restantes dos anos em que os salários não foram corrigidos.
Darci Piana afirma que uma alternativa seria parcelar a recomposição atrasada. “É possível (que a saída seja um reajuste parcelado). A comissão é quem vai decidir. O Estado vai apresentar suas condissões financeiras, vai fazer as contas de quanto é os nossos compromissos em atraso, quanto é a possibilidade de juntar a data-base com os nossos compromissos em atraso e fazer uma abertura alguns anos para frente para a gente poder cumprir com os compromissos que nós temos com os servidores, afinal de contas o Estado precisa dos servidores, mas temos um problema seríssimo que é o cumprimento da nossa lei que não permite que a gente ultrapasse o limite estabelecido pelo governo federal”, ponderou.
Paralisação
Uma manifestação que antecedeu a reunião nesta segunda reuniu cerca de 10 mil pessoas em Curitiba, segundo sindicatos, e 7 mil, segundo a Polícia Militar (PM). Além de pressionar pelo reajuste, o ato também lembra a manifestação de servidores em 2015, na mesma data, em que 200 pessoas ficaram feridas após um a ação da PM contra funcionários públicos que protestavam contra mudanças na previdência.
Nesta segunda, uma passeata foi realizada pelo centro da cidade. O ato terminou por volta das 14 horas no Centro Cívico. Professores e outras categorias pararam atividades nesta segunda. De acordo com um levantamento da Secretaria de Educação, a paralisação atingiu pouco mais metade das escolas estaduais do Paraná. Segundo dados da secretaria, apenas 44% das escolas da rede estadual de ensino funcionaram normalmente nesta segunda-feira, outras 46% funcionaram parcialmente e 7% estiveram fechadas. (Bem Paraná).