Histórico casarão dos Amazonas está apodrecendo e também outros patrimônios de nossas cidades merece atenções especiais
Está tombado como patrimônio histórico, mas somente isso, porque nunca teve do poder público as atenções que precisa ter, considerando que era a principal residência da fazenda do coronel Amazonas, que foi o primeiro prefeito de Porto União da Vitória até novembro de 1916, ano da definição dos limites dos estados do Paraná e de Santa Catarina. E posteriormente de União da Vitória durante vários anos.
Lembro que sei que o coronel Amazonas, como prefeito de Porto União da Vitória antes de 1916, residiu na atual rua Cel. Belarmino, agora Santa Catarina, mas que até então era Paraná. Essa via pública fica em Porto União e também em União da Vitória.
Se de um lado vemos uma gigantesca nova ponte sendo construída sobre o Rio Iguaçu, na Avenida Abilon de Souza Neves, em São Cristóvão, vemos o histórico casarão Amazonas cada vez em piores condições.
E União da Vitória tem três instituições de ensino superior. A primeira a assumir foi a estadual – Fafi, agora Unespar, a segunda, a Uniuv, que não sei se chegou a assumir, ou só estudou a possibilidade. A terceira é particular, o Centro Universitário Uniguaçu, que até poderia restaurar o histórico casarão e de alguma forma utilizá-lo.
Apenas uma sugestão, já que essa instituição tem dado provas mais do que concretas do que é fazer gestão competente.
A atual administração municipal, que defendemos ardorosamente pelos projetos estruturantes, que são fundamentais para uma União da Vitória do futuro, vem se descuidando da proteção de seus patrimônios históricos.
Não é somente o Casarão dos Amazonas, mas a estação ferroviária que está tendo alguns cuidados na parte interna, mas na externa não. O piso da plataforma está afundando e o passeio para pedestres na rua Praça Visconde de Guarapuava está em péssimas condições, com uma gigantesca árvore exótica, que deve ser suprimida, porque pode desabar sobre a estação. A acessibilidade para pedestres ali, junto ao terminal urbano, chega a ser ser ‘dolorido’ para quem tem que utilizar o passeio.
A Estação Ferroviária, do lado catarinense, ainda de propriedade do Departamento Nacional de Infraestrutura (DNTI), a Prefeitura, segundo o próprio prefeito, está procurando uma forma de comprá-la, assim como fez União da Vitória na primeira gestão do prefeito Hussein Bakri.
O Cine Teatro Luz, que está sob a responsabilidade do Centro Municipal de Ensino Superior (Uniuv), apresenta sérios problemas, com o teto podendo desabar. O vice-diretor Lúcio Passos informou na semana passada que ainda existem alguns entraves junto à Secretaria da Cultura do Estado. Mas se o processo licitatório para restauração e as obras não for realizado com urgência, a parte central do telhado corre o sério risco de desabar, porque está “arriado”.
Também o monumento em homenagem ao Tropeiro na passagem do Vau sobre o Rio Iguaçu, a artéria principal do ‘coração’ que impulsionou o nascimento de nossas cidades por Siqueira Cortês, construído por iniciativa da Academia de Letras do Vale do Iguaçu, que teve dos poderes públicos municipais o compromisso da manutenção, já que a ALVI não conta com recursos para isso, está abandonado.
A situação da Estação Ferroviária “União”, construída exatamente para simbolizar a união das cidades que chamamos de irmãs, do lado paranaense já passou por uma restauração e até algumas mudanças internas no começo do século 21, mas nunca uma manutenção adequada. Trabalhos simples, mas que não foram realizadas. Como citado no início, alguns serviços até que foram realizados.
Mas do lado catarinense, ocupado pelo Poder Legislativo e por uma escola particular, os problemas já são visíveis até no passeio, na plataforma e na grande estrutura. Urge que o Poder Público Municipal não envide esforços junto ao DNIT para resolver urgentemente a compra do imóvel.
E, também, fora da área do patrimônio histórico de nossas cidades, a inexplicável invasão de área que sabemos ser de propriedade do DNTI, sendo cercada. Mas parece que denúncia já foi formalmente encaminhada à Rumo (antiga ALL), empresa que tem a concessão daquele espaço, bem como ao DNIT. E pode, se já não está, ser embargada.
Meses atrás, neste Site, sugerimos que os setores de Assistência Social de nossas cidades, solicitassem à Rumo e ao DNIT que poderiam utilizar aquela área para instalar um estacionamento pago, mas com a arrecadação destinada às nossas entidades sociais. Dificilmente não conseguiram a autorização.
Mas como é comum em nossas cidades, nossos gestores públicos – prefeitos, vereadores, secretários, diretores, além de outros – não estão nem aí para sugestões, que não sejam as feitas por eles… Será que são os ‘senhores’ da verdade?
Os mais jovens não lembram, mas incêndios como o que devastou o Museu Nacional do Rio de Janeiro e o da Catedral de Notre-Dame (Nossa Senhora) em Paris, União da Vitória há décadas atrás as chamas destruíram um dos mais importantes patrimônios históricos da cidade – o Hotel Paraná.
Cuidados especiais estão sendo tomados com a Catedral Sagrado Coração de Jesus. A Praça Coronel Amazonas, após a revitalização, vai ficar linda. Mas e os prédios históricos da velha Prefeitura Municipal e até do Serapião, no estado que estão, não vão tirar o brilho da beleza da nova praça?